Técnicos da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) inspecionaram o Campus da USP Leste na última segunda-feira, 31 de outubro. Foi feito um monitoramento para detectar a concentração de gás metano em cada prédio da unidade e também fora do Campus. “Nos poços de monitoramento da área externa detectamos elevada concentração de metano, por isso a necessidade de se instalar drenos para extração desse gás, o que, apesar da exigência anterior da Cetesb, ainda não foi implantado”, informou a assessoria de imprensa da Companhia.
A medida da inspeção foi tomada após a Folha de S. Paulo denunciar, em 25 de outubro, que a Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) funciona sem licença ambiental desde sua criação, há sete anos. De acordo com a assessoria de imprensa da Companhia, “a partir da visita do dia 31, os técnicos estão produzindo um relatório que aponta quais exigências foram atendidas e quais as pendências, para decidirem por uma sanção administrativa. A decisão será tomada até a próxima sexta-feira, 4 de novembro”.
Histórico
Em 2005 foi detectada a presença de gases com potenciais explosivos no terreno da EACH e por esse motivo a Cetesb solicitou que mecanismos de exaustão fossem instalados. No entanto, até hoje o sistema de chaminés não foi concluído. A Companhia informa que está atuando junto à USP Leste para regularizar a situação do licenciamento ambiental definitivo da unidade “principalmente no que diz respeito às instalações de equipamentos de exaustão de gases presentes no subsolo do terreno”.
Sem Informação oficial
O coletivo “A Exceção e A Regra”, grupo formado por estudantes da EACH que discutem e lutam por melhorias na unidade, diz que a diretoria da faculdade “realiza obras sem transparência administrativa e sem diálogo com a comunidade acadêmica”. Os membros do grupo se queixam ainda de que a comunidade só tomou conhecimento do problema após a divulgação na mídia, e completam: “Agora estamos nos organizando para exigir esclarecimentos e soluções da Direção e da Reitoria”.
“O histórico da USP Leste evidencia uma implantação feita às pressas, passando por cima de necessidades inerentes a um projeto de universidade” relata o coletivo “A Exceção e A Regra”, e completa: “a pouca importância dada à legislação ambiental confirma esta situação”.
E agora?
A Cetesb informa que a partir do momento que a USP for notificada sobre os resultados da inspeção, terá o prazo de 90 dias para resolver as pendências das referidas licenças. Em Comunicado aos docentes, funcionários e alunos da EACH, enviado no diz 31 de outubro, a assessoria da Reitoria diz que em fevereiro de 2011, foi formada uma comissão para analisar a questão ambiental da USP Leste. As reuniões mais recentes desse grupo ocorreram em 18, 21 e 27 de outubro, em que decidiram pela conclusão do sistema de chaminés além de “realizar monitoramento diário das edificações e utilidades subterrâneas quanto a presença de metano e risco de explosão”. Prometem ainda desenvolver um plano de comunicação dos riscos aos presentes docentes, funcionários e alunos que frequentam a área.
Fonte: Jornal do Campus
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