terça-feira, 30 de novembro de 2010

OPTATIVA: ACH 3678 - SEMINÁRIO DE POLÍTICAS PÚBLICAS SETORIAIS VIII PENSAMENTO SOCIAL LATINO-AMERICANO

Prezados(as) alunos(as),

vou oferecer no 1o. semestre de 2011 uma disciplina optativa, de 4 créditos, às 4as. feiras a noite, chamada "Seminários de Políticas Públicas Setoriais VIII", cujo tema será Pensamento Social Latino-Americano. Ela vai discutir a formação econômica, social e política da América Latina através do olhar de alguns dos mais importantes pensadores que se dedicaram ao tema. Será algo semelhante ao que venho ministrando para os alunos de Mestrado e Doutorado do PROLAM.

Nunca uma disciplina como esta foi oferecida em GPP e acho que ela ganha relevância nesse momento em que o Brasil tem estreitado laços econômicos e diplomáticos com nossos vizinhos. Dado que o período de matriculas começa nesta 4a. feira, 01/12, envio a vocês em anexo o programa prévio da disciplina. Indico muitas obras completas mas na verdade utilizarei apenas alguns capitulos delas para as aulas, os quais estão sendo selecionados. Além disso estou correndo atrás de representantes de governos de paises da região para que venham fazer 2 ou 3 palestras no curso.

Estou bastante motivado em poder oferecer uma disciplina de América Latina em GPP e quem quiser vir trabalhar estes temas comigo será, como sempre, bem vindo.

Atenciosamente

Prof. Dr. Wagner Iglecias
Curso de Graduação em Gestão de Políticas Públicas - EACH-USP &
Programa de Pós-Graduação em Integração da América Latina da USP

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
ESCOLA DE ARTES, CIÊNCIAS E HUMANIDADES
CURSO DE GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS


ACH 3678 - SEMINÁRIO DE POLÍTICAS PÚBLICAS SETORIAIS VIII
PENSAMENTO SOCIAL LATINO-AMERICANO

Horário: Quartas-feiras, das 19h00 às 22h45
Responsável: Prof. Dr. Wagner Iglecias

OBJETIVO
Apresentar aos alunos algumas das idéias fundantes sobre a formação econômica, 
social e política  da América Latina

PROGRAMA
Colonização e a Idéia de América Latina
Independência e Revolução
Subdesenvolvimento e Dependência
Democracia, Populismo e Autoritarismo
Globalização, Neoliberalismo e Integração Econômica
Tópicos especiais: a questão racial e a questão da terra

METODOLOGIA
Aulas expositivas, debates em sala e uso de recursos áudio-visuais (filmes e documentários)

CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO
Trabalho de conclusão (10 – 15 páginas), versando sobre temática abordada durante o curso. 
O trabalho deverá ser entregue em versão impressa e também eletrônica. Obs.: qualquer 
indício de plágio significará reprovação automática na disciplina


CRONOGRAMA*

23/02 – Apresentação do curso

02/03 – Colonização e a Idéia de América Latina
BETHELL, Leslie. História da América Latina. São Paulo; Brasília: Edusp; Imprensa Oficial, 2009
VESPUCIO, Américo. As Cartas que Batizaram a América. São Paulo: Planeta do Brasil, 2003

09/03 – Quarta-feira de Cinzas – Não haverá aula

16/03 – Colonização e a Idéia de América Latina
GALEANO, Eduardo. As Veias Abertas da América Latina. São Paulo: Paz e Terra, 2009
FURTADO, Celso. Formação Econômica da América Latina. Rio de Janeiro: Lia, 1970

23/03 – Independência e Revolução
BOLÍVAR, Simon. Escritos Políticos. Campinas: Editora da Unicamp, 1992
MARTI, José. Nossa América. São Paulo: Hucitec, 1991

30/03 – Independência e Revolução
MARIÁTEGUI, José C. Textos Básicos. (Org. Aníbal Quijano). México: Fondo de Cultura
Económica, 1991 SANCHEZ VAQUEZ, A. América Latina. História, Idéias e Revolução. 
São Paulo: Xamã, 1999 PAMPLONA, M; MADER, M, XAVIER, M, MADARÁS, 
C. Revoluções de Independências e  Nacionalismo nas Américas. São Paulo: Paz e Terra, 2007

06/04 – O pensamento cepalino
BIELSCHOWSKY, Ricardo. Cinqüenta Anos de Pensamento na CEPAL. Rio de Janeiro:
Record, 2000

13/04 - Subdesenvolvimento e Dependência
CARDOSO, Fernando H.; FALETTO, Enzo. Dependência e Desenvolvimento na América Latina: 
ensaio de interpretação sociológica. Rio de Janeiro: Zahar, 1981
SADER, Emir (Org.). Dialética da Dependência: uma antologia da obra de Ruy Mauro Marini.
Petrópolis: Vozes, 2000QUIJANO, Aníbal. “Dependência, cambio social y urbanización em Latinoamerica”.  
In Cardoso, F.H.; Weffort, F. América Latina: Ensayos de Interpretación Sociológico-Política. Santiago de Chile:
Universitária,1970 (pág. 96-140)GERMANI, Gino. “De la sociedad tradicional a la participación total en 
mérica Latina”. Cardoso, F.H.; Weffort, F. América Latina: Ensayos de Interpretación Sociológico-Política. Santiago de Chile: Universitária, 1970 (pág. 220-236)FERNANDES, Florestan. “Esquema y ritmo del desarrollo en América Latina”. Cardoso, F.H.; Weffort, F. América Latina: Ensayos de Interpretación Sociológico-Política. Santiago de Chile: Universitária, 1970 (pág. 141-163)

20/04 – Semana Santa – Não haverá aula

27/04 - Subdesenvolvimento e Dependência
GUNDER FRANK, Andrew. Acumulação Dependente e Subdesenvolvimento: Repensando a Teoria da
Dependência. São Paulo: Brasiliense, 1980
SANTOS, Theotonio. A Teoria da Dependência: Balanço e Perspectivas. Rio de Janeiro: Civilização 
Brasileira, 2000.

04/05 - Democracia, Populismo e Autoritarismo
DI TELLA, Torcuato. “Populismo y reforma en América Latina”. Cardoso, F.H.; Weffort, F. América
Latina: Ensayos de Interpretación Sociológico-Política. Santiago de Chile: Universitária, 1970 (pág. 290-296)
CARDOSO, Fernando.Henrique. “Da caracterização dos regimes autoritários na América Latina”. In Collier,
David (Org.). Novo Autoritarismo na América Latina. Tradução de Marina de Medeiros. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 
1982 (pág. 41-62)
HIRSCHMANN, A. “A mudança para o autoritarismo na América Latina e a busca de suas determinantes econômicas”. I
n Collier, David (Org.). Novo Autoritarismo na América Latina. Tradução de Marina de Medeiros. Rio de Janeiro: 
Paz e Terra, 1982 (pág. 65-100)

11/05 - Democracia, Populismo e Autoritarismo
O´DONELL, G. “Tensões no Estado Autoritário-Burocrático a e questão da Democracia”. In Collier, David (Org.). 
Novo Autoritarismo na América Latina. Tradução de Marina de Medeiros. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982 (pág. 267-296)
CASANOVA, Pablo G. Exploração, Colonialismo e Luta pela Democracia na América Latina. Tradução de Ana Clara Lacerda. Petrópolis: Vozes, 2002
IANNI, Octávio. A Formação do Estado Populista na América Latina. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1991

18/05 - Democracia, Populismo e Autoritarismo
FICO, Carlos (Org.). Ditadura e Democracia na América Latina: Balanço Histórico e Perspectivas. Rio de Janeiro: 
FGV Editora, 2008
BORÓN, Atilio. Estado, Democracia y Capitalismo em América Latina. Buenos Aires: Clacso, 2004

25/05 – Globalização, Neoliberalismo e Integração Econômica
SANTOS, T.; SADER, E.; MARTINS, C.E.; SOTELO VALENCIA, A . América Latina e os Desafios da Globalização. 
Ensaios dedicados a Ruy Mauro Marini. Rio de Janeiro: PUC Rio; São Paulo: Boitempo, 2009
COGGIOLA, Osvaldo. (Org.). A América Latina e a Globalização. São Paulo : Programa de pós-graduação em 
história econômica da Universidade de São Paulo, 2004
OLIVEIRA, Francisco. “Vanguarda del atraso y atraso de la vanguardia. Globalización y neoliberalismo en América Latina”. 
In Sader, E. Democracia sin Exclusiones ni Excluidos. Caracas: Editora Nueva Sociedad, 1998 (pág. 35-46)
TOURAINE, Alain. “El concepto de desarrollo ‘revisited’ ”. In Sader, E. Democracia sin Exclusiones ni Excluidos. 
Caracas: Editora Nueva Sociedad, 1998 (pág. 47-70)
CASANOVA, Pablo G. “Exploração Global e Colonialismo Global”. In Casanova, P.G. Exploração, Colonialismo e 
Luta pela Democracia na América Latina. Tradução de Ana Clara Lacerda. Petrópolis: Vozes, 2002 (pág. 43-166)

01/06 – Globalização, Neoliberalismo e Integração Econômica
GUMIERI, Adolfo. “El desarrollo social en los anõs noventa: principales opciones”. In Gurrieri, A; Torres-Rivas, E. 
(Coords). Los Años Noventa. ¿Desarrollo con Equidad? San José, Costa Rica : Flacso: Cepal, 1990 (pág. 9-62)
ALTIMIR Oscar. “Desarrollo, crisis y equidad en América Latina”. In Gurrieri, A; Torres-Rivas (Coords.), E. Los Años Noventa.
¿Desarrollo con Equidad? San José, Costa Rica : Flacso: Cepal, 1990 (pág. 63-124)
FALETTO, Enzo. “Equidad, transformación social y democracia en América Latina”. In Gurrieri, A; Torres-Rivas, 
E (Coords.) Los Años Noventa. ¿Desarrollo con Equidad? San José, Costa Rica : Flacso: Cepal, 1990 (pág. 125-152)
ABREU Victor. “El Estado Social y los desafios de la globalización: pistas para América Latina”. In Kon, A; Banko, C; 
Melcher, D; Cacciamali, M.C. (Coords). Costos Sociales de las Reformas Neoliberales en América Latina.  
Venezuela : Universidad Central de Venezuela, 2002 (pág. 1-13)

08/06 – Integração Regional
GUIMARÃES, Samuel Pinheiro. Desafios Brasileiros na Era dos Gigantes. Rio de Janeiro: Contraponto, 2006.
GUIMARÃES, Samuel Pinheiro. 500 Anos de Periferia – Uma Contribuição ao Estudo da Política Internacional. 
Porto Alegre: Ed. da Universidade, 1999

15/06 – Tópicos especiais: a questão racial
BONFIM, Manuel. América Latina: Males de Origem. São Paulo: Topbooks, 2005
VAN DIJK, Teun A. (Org.). Racismo e Discurso na América Latina. São Paulo: UNESCO, Contexto, 2008

22/06 – Tópicos especiais: a questão da terra
SANTOS, José Vicente T. (Org.) Revoluções Camponesas na América Latina. São Paulo; Campinas: Ícone Editora; 
Editora da Unicamp, 1985

29/06 – Ausência do professor – Não haverá aula

* Eventuais alterações podem vir a ocorrer no cronograma, a depender da confirmação da vinda de convidados externos 
para proferir palestras aos alunos.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Disciplina Intersemestral; Profª. Cristiane Kerches

ACH3737 Temas de Políticas Públicas III - Análise de Experiências de Governo e Políticas Públicas.

Caros alunos, no início de fevereiro de 2011 a professora Cristiane Kerches oferecerá uma disciplina optativa intersemestral, que terá o seguinte título - ACH3737, Temas de Políticas Públicas III - Análise de Experiências de Governo e Políticas Públicas, com dois créditos. Tal disciplina acontecerá entre o dia 31/01 e 11/02 de 2011 no período noturno (uma vez que a disciplina intersemestral de julho aconteceu no período matutino), portanto acontecendo antes do início do primeiro semestre letivo de 2011. No anexo desta msg envio o plano de aula preparado pela Profa. Cristiane, no qual encontramos tanto o resumo de seu conteúdo como as datas exatas nas quais ocorrerão as atividades da disciplina.

IMPORTANTE - A matrícula para tal disciplina ocorrerá junto da matrícula para o 1º semestre de 2011, via júpiter, e só frequentarão tal disciplina os alunos REGULARMENTE matriculados.
Aproveito esta msg para dizer que até este final de semana enviarei a todos a nova grade de GPP, que estará implementada a partir de 2011, documento no qual os alunos poderão ter conhecimento de todas as ementas e programas das disciplinas da grade curricular de GPP, além disto enviarei um documento, aprovado em CoC, que prevê as adaptações que ocorrerão nos próximos anos entre a "velha" e a "nova" grade. Com isso, espero responder a várias msgs que venho recebendo sobre o conteúdo da nova grade, bem como sobre as possíveis adaptações, e deixar claro a todos os alunos que a partir de 2011 somente haverá uma grade no curso de GPP, a nova!
Fico a disposição de todos.
Abraços; Zé Renato

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Prof. José Renato de Campos Araújo
Coordenador de Curso
Gestão de Políticas Públicas
Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH)
Universidade de São Paulo (USP)

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Disciplina: “Análise de experiências de governo e políticas públicas”

Docente responsável: Cristiane Kerches da Silva Leite.

Objetivo: A disciplina propõe analisar experiências de governo e processos de tomada de decisão no Brasil a partir de categorias analíticas provenientes das teorias de formulação de políticas públicas. Por meio de  palestras de tomadores de decisão em instâncias de poder (municipal, estadual ou federal) ou instituições políticas (Presidência da República, Casa Civil, Senado Federal, Defensoria Pública, Ministério Público,  etc.), os alunos serão convidados a refletir sobre questões da gestão pública no contexto do sistema político brasileiro como, por exemplo, o impacto do funcionamento das instituições na formulação de políticas  públicas; o conflito entre técnicos e políticos na arena governamental; os dilemas entre a lógica da alternância de poder na democracia e o processo de continuidade/descontinuidade de políticas públicas e a questão da inércia institucional versus idéias e mudanças políticas. A principal atividade didático-pedagógica da disciplina será o debate em sala de aula. Dessa forma, a avaliação final dos alunos será realizada por meio da presença e participação nos debates (60%) e do exercício a ser realizado em sala na última aula (40%). A disciplina
será ministrada para a turma da noite em oito encontros:

31/01/11: Apresentação da disciplina e discussão dos principais conceitos
01/02/11: Trabalho em grupo em sala de aula
03/02/11: Preparação para a palestra do convidado (formulação de questões com os alunos)
04/02/11: Palestra com Vicente Trevas (experiência na subprefeitura da Sé – antiga regional – no governo Luiza Erundina em SP; subchefia da Secretaria de Assuntos  Federativos (SAF) da Presidência da República; consultoria de Assuntos Federativos da Presidência da Caixa Econômica Federal).
07/02/11: Balanço e análise da palestra
08/02/11: Preparação para a palestra do convidado (formulação de questões com os alunos)
10/02/11: Palestra com Prof. Luiz Gustavo Bambini de Assis (experiência no Poder Executivo – Assessoria Especial da Sub-Chefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil -, Legislativo – no Senado Federal, Secretaria Parlamentar da Liderança do Governo - e Judiciário – Assessoria do Ministro do STF Ricardo Lewandowski).
11/02/11: Balanço da palestra e avaliação final.

Obs.:
1) As palestras estão sujeitas a confirmação dos convidados;
2) Os alunos interessados devem ter cursado FIAPP I, II e III e IPB;
3) A bibliografia básica que será discutida nas aulas dos dias 31/01 e 01/02 será
divulgada posteriormente.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

O Plano Municipal de Educação em Amparo: Uma Construção Coletiva.

Universidade de São Paulo - Escola de Artes, Ciências e Humanidades

O Plano Municipal de Educação em Amparo: Uma Construção Coletiva

Trabalho apresentado a Profª Drª.: Ursula Peres, na Disciplina de Gestão Participativa, como requisito para obtenção da média final.

Discentes: 
Alexandre Felipe de Lima Teixeira - nº USP
Bruno César Moreto - nº USP: 6774871
Kassia Beatriz Bobadilla - nº USP: 5872281
Laila Bellix - nº USP: 587210
Lara Lopes Moraes - nº USP: 5872472


São Paulo - 2010


RESUMO
O Programa Gestão Participativa na Educação foi criado para contribuir para inovar a gestão educacional do município, baseado na transparência de decisões e no fortalecimento da participação do  coletivo. Como
soluções inovadoras foram o modelo de gestão participativa,  valorização e formação dos profissionais de educação, fortalecimento da parceria com o Conselho Municipal de Educação, autonomia financeira das escolas e dos conselhos escolares, realização de concurso público para cargo de diretor de escola e alteração da Lei do Plano de Carreira e Estatuto do Magistério. Os principais resultados alcançados foram participação dos alunos nas decisões pedagógicas, transparências nas ações, espaços e instrumentos de participação coletiva, autonomia da gestão das escolas, qualificação profissional, melhoria na relação secretaria-escola-comunidade e melhora no rendimento escolar. O município de Amparo, localizado no interior de São Paulo, destaca-se nessa nova proposta de gestão educacional com a construção coletiva do Plano Municipal de Educação e os processos participativos que permitiram a elaboração do mesmo.

Palavras-chave: Amparo, Gestão Participativa, Plano Municipal de Educação 


EDUCAÇÃO E PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO ÂMBITO MUNICIPAL

O debate sobre a educação municipal e participação social congrega diferentes visões sobre a gestão participativa no nível local. Essa questão retoma a idéia de descentralização das responsabilidades na
educação e o controle social dos entes. A transferência de poder aos governos subnacionais esteve, por um lado, aliada ao aprimoramento do processo democrático em contexto de redemocratização dos sistemas
políticos (KRAWCZYK e VIEIRA, 2008).
Para determinados grupos ligados à redemocratização, a descentralização se contrapunha ao peso do regime autoritário centralizado e se tornava uma forma de legitimar a democracia, principalmente a participativa em níveis locais (SOUZA, 2001). Por tal motivo, esse processo foi justificado como um mecanismo de ampliação da participação nas instâncias decisórias e aprimoramento do controle social. Pressupunha-se, então, que a maior proximidade dos governos com os cidadãos possibilita a accountability e fiscalização do sistema político, através da participação social organizada (ABRUCIO, 2002).
De acordo com a Constituição Federal de 1988, foi possibilitado aos municípios se organizarem e criarem sistemas de ensino próprios, atribuindo-lhes autonomia para formulação de políticas públicas educacionais. Assim, os municípios exercem o sistema administrativo, emitem normas e estabelecem políticas, viabilizando a implantação do Regime de Colaboração e não mais a manutenção de relações hierárquicas entre as três esferas políticas (SOUZA e FARIA, 2004).
Esse período de discussão se encaixa na análise de Cardoso (1994) em que há a institucionalização da participação de movimentos sociais, datada o fim da década de 1980 e 1990. Nesse processo, o Estado atua estrategicamente na criação de espaços participativos e, principalmente, na institucionalização de certos movimentos ? em detrimento da lógica espontânea da emergência heróica dos movimentos (idem). Interessante de observar que esse ponto será retomado na análise da inovação participativa do estudo.
Especificamente em Amparo, o município assumiu a responsabilidade pela gestão do ensino em 1971, a partir da Lei 5.962 que incumbia à administração local a administração do ensino de primeiro grau.
Constava nessa lei, a progressiva municipalização de encargos e serviços da educação. Entretanto, esse processo foi impulsionado a partir de 1997 nas séries iniciais do fundamental para atender a demanda local.  Em 1998 foi celebrado o Convênio entre Estado e Município para continuar esse processo de  municipalização, principalmente com as verbas oriundas do Fundef.

AMPARO: PERFIL DO MUNICÍPIO
O município de Amparo, localizado no Estado de São Paulo, possui 67.503 habitantes, segundo o IBGE em 2006, e um PIB total no valor de R$ 597.070,55 (IBGE, 2003). No ranking de riqueza municipal do Índice
Paulista de Responsabilidade Social, em 2008, Amparo, encontrava-se na 107ª posição, enquant que no ranking educacional do mesmo índice, o município estava na 298ª posição. Além disso, o município possuía, em 2000, uma média de anos de estudos da população de 15 a 64 anos de 7,35 e uma taxa de analfabetismo de 7,09%, segundo dados da Fundação Seade. Os indicadores educacionais, coletados no INEP, evidenciam que em Amparo a aprovação de 1ª a 4ª série é maior que a média brasileira e da região, sendo inferior ao do Estado. No ano de 2001, Amparo apresentava média de 85,1% de aprovação, enquanto que em 2004 esse valor passou para 90%. O Brasil, a região e o Estado possuíam valores em 2004 de 76,7%, 87,7% e 92,3%, respectivamente.
A não-promoção (reprovação + abandono) mostra que o município em 2001 tinha média de 14,9%, enquanto em 2004 esse valor cai para 10%.  Nota-se, com esses dados, que Amparo enfrenta desafios para a concretização de permanência e melhoria no processo de aprendizagem, muito embora tenha havido melhorias importantes nesses índices.

O SISTEMA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO EM AMPARO
Amparo institucionalizou seu Sistema Municipal de Ensino com a Lei N° 2.310 de 1997, em que a divisão do Sistema é feita em: Secretaria Municipal da Educação, Conselho Municipal de Educação ? órgão normativo, deliberativo e consultivo - Supervisão Escolar e a Rede Municipal de Educação e Ensino  Em 2008, a infraestrutura municipal para a educação distribuía-se da seguinte forma: 5 Escolas Municipais de Ensino Fundamental, 13 Centros Integrados Municipais de Ensino, 4 Escolas Municipais de Ensino Infantil, 1 Centro Municipal de Educação Supletiva de Jovens e Adultos, 1 Centro de Formação de Profissionais de Educação. Com essa estrutura, Amparo atendia 5.087 crianças no Ensino Fundamental Municipal, segundo dados fornecidos pela própria Prefeitura Municipal. Os espaços participativos institucionais no município são: a) Conselho Municipal de Educação, desde 1997, b) Conselho de Acompanhamento e Controle Social do Fundeb, implementado de acordo com a Lei Municipal N° 3.293, de 21 de Junho de 2007 e c) Conselho da Escola, regido pela Lei N° 3.060 de 2004 em que se institui em cada unidade escolar um Conselho de natureza consultiva e fiscalizadora. O último lócus de discussão, o Conselho da Escola, também possui entre suas atribuições deliberar sobre a utilização e priorização de recursos sob responsabilidade da escola, constituindo, assim, uma nova arquitetura de controle fiscal e participação social A criação do Sistema Municipal de Educação deve integrar e promover o diálogo entre pessoas, grupos e instituições. Trata-se, por tal motivo, da dimensão concreta de autonomia do município na direção e promoção de espaços participativos, pela proximidade entre instâncias decisórias e cidadão (BORDIGNON, 2009).

A CONSTRUÇÃO DE UM PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
A construção histórica dos movimentos sociais no Brasil sempre sofreu momentos de inflexões que caracterizavam avanços e retrocessos na luta pela participação nos rumos das políticas e da política do país.
Durante boa parte da primeira metade do século XX, a organização popular esteve restrita a grupos sindicalizados e alinhados com a política do governo, principalmente Vargas, contribuindo assim para
uma "socialização da participação política? (Coutinho, 1999), como imaginava Gramsci. No entanto, nova mudança nos caminhos desses movimentos surge com o regime militar, que cala a expressão de tais
grupos, e que a partir de então, passam a buscar em novos sujeitos políticos coletivos, como a Igreja Católica e as escolas (aqui vistas como instituição). A luta desses grupos passa com isso, a ser, antes de tudo, pela retomada da liberdade e pela garantia de direitos democráticos, e também pela defesa dos setores aos quais estão envolvidos e que dialogam de maneira próxima com o cotidiano do cidadão, ou seja, em
questões como educação e saúde, por exemplo. Esse ímpeto ganha ainda mais força com a  redemocratização e o avanço dos movimentos sociais, que de maneira conjunta ajudam a construir esse novo cenário que se forma a partir do fim dos anos 80. Especificamente no caso da educação, as reflexões sobre o aprendizado  social que os movimentos possibilitaram para os cidadãos não se viram refletidas de forma clara em avanços do ponto de vista pedagógico e programático da educação. Em outras palavras, a luta política de
movimentos ligados à educação obteve sucesso do ponto de vista político e de mobilização, porém não conseguiu, prontamente, avançar sobre o debate acerca do pensamento educacional e de toda transformação da própria realidade escolar e do sujeito que a constitui. A escola manteve em grande medida como espaço meramente educacional, em detrimento das possibilidades de uso desse espaço e dessa instituição como formadora de uma cultura política-cidadã.  Com o avanço dos anos 90 e a busca de democracia como sistema político desejado, a participação política ganha de fato contornos importantes e diferentes daqueles dos anos 80. Agora a luta passa a ser não pela retomada dos direitos civis e políticos tolhidos durante as outras décadas, o desejo agora é de fortalecer e construir os serviços e instituições desejadas através de uma sociedade civil complexa e articulada. No entanto, a década em questão trouxe consigo o avanço do
neoliberalismo no país que, do ponto de vista econômico, conseguiu sanar as contas públicas a custo de arrochos salariais e desemprego, e que tratou os movimentos sociais ligados aos trabalhadores (privados
ou públicos) na base da desconstrução e da cooptação.
O redesenho imposto pela nova cartilha econômica, social e política fez com que os movimentos, ainda resistentes da década de 80 e mantendo-se nos anos 90, passassem a atuar em três frentes como afirma
Oliveira (2001):
1. Iniciativas coletivas se voltam para ações de melhoria das condições de vida;
2. Lutas no campo institucional;
3. Lutas por melhoria na qualidade de vida e reivindicam mudanças estruturais na sociedade.
Dessa forma, os grupos sociais ligados à educação passam a atuar na luta no campo institucional, agora  alicerçados no artigo 214 da Constituição Federal/88, que estabelece a criação de uma lei para regular o futuro Plano Nacional de Educação (PNE). Tal artigo inova, na medida em que se distancia dos antigos planos educacionais, que sempre foram formulados nos gabinetes, a quatro paredes sem envolvimento com setores sociais da educação.  Compondo todo o processo que envolveu a construção do PNE, é essencial
citar a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional ? LDB/1996, que definiu e regularizou o sistema de educação brasileiro e deixou a cargo da União, em colaboração com Estados e Municípios, a incumbência de elaborar planos decenais da educação. Os Planos Municipais de Educação (PME) tornaram-se assim espaços de disputas e construção da educação nos municípios, na verdade, é aconcretização em forma de política, de décadas de ativismo da classe educacional, que em meados de 80 lutou pela garantia de direitos e da dignidade humana, e a partir do PME caracteriza-se como um espaço global que depende da articulação de grupos e setores da administração para formulá-lo. Enfim, a dinâmica participativa deixa de ser restrita apenas dentro dos movimentos e passa então a compor a dinâmica da política e todo o seu aprendizado que a envolve. Secretarias de Educação dos municípios, sociedade civil, sindicatos e Poderes Executivo e Legislativo e Ministério Público buscam e desejam norteados pelo PNE e funcionando na prática através do PME:
I ? erradicação do analfabetismo;
II ? universalização do atendimento escolar;
III ? melhoria da qualidade do ensino;
IV ? formação para o trabalho;
V ? promoção humanística, científica e tecnológica do País.
Os PME´s são valorosos na medida em que definem metas e criam um horizonte temporal de planejamento que perpassa governos e passa a ser uma política de Estado, de enfrentamento dos problemas da educação a médio e longo prazo de forma participativa. Por tentar enfrentar a descontinuidade das políticas, isso  possibilita também a construção de uma agenda de propostas e capacidade de mobilização dos grupos  organizados, tanto como forma de se articular perante o jogo de forças inerentes à formulação da política, quanto no que corresponde ao alcance das metas das políticas. Com um arcabouço institucional bem claro, participativo e desejado, oPME ainda sofre no passo da implementação de fato nos municípios brasileiros. Segundo números da Undime ? União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação ? até dezembro de 2004 (a próxima pesquisa sairá apenas com novos dados do Censo, por isso o atraso) quase 70% dos municípios não contavam com PME e dos 2100 municípios, apenas 600 estavam com o PME devidamente implementado. Aparentemente, esses números demonstram um cenário desanimador para todos que desejam a  estão participativa como modelo frutífero de gestão, porém, há desafios postos que também dependem da articulação e pressão da própria sociedade organizada para construir e iniciar o Plano. Buscar a formalização e a pactuação junto à Prefeitura, secretarias e Ministério Público para a construção do PME é um passo primário, mas extremamente necessário como ato simbólico para a construção de tal política, uma vez que a participação no processo de construção só acontecerá com a existência do Plano que deve observar o princípio constitucional de ?gestão democrática do ensino público? (C.F. art. 206, inciso VI). Outro avanço institucional e que tem a ver com o próprio preparo dasociedade civil para travar um debate amplo e  preparado perante o governo diz respeito à criação de comitês internos que discutam dentro de seus bairros, escolas e grupos de trabalhos sobre essa metodologia e como a mobilização necessita ser organizada para  culminar em um processo propositivo. Internamente ao Município é essencial a existência de conselhos paritários que discutam e deliberem equitativamente e que não sofra de táticas perversas que dificultam o processo, como pautar as reuniões e os temas a serem discutidos nesses conselhos. Porém, a participação social nem sempre é vista como negativa por parte do poder público, já que esse modelo propõe um compartilhamento de decisões e responsabilidades, que podem ou não darem certo, dessa forma o acerto ou erro não é exclusividade de quem governa, mas também dos cidadãos ativos nesses espaços que também possuem poder de decisão nos rumos da política. Avançado o aspecto legal de criação de espaços como conselhos e comitês gestores, o que se espera é que tais instrumentos sejam antes de tudo articulados com representantes eleitos em conferências, que tenham respeito e dedicação por parte dos gestores que o compõe (que participem e não o esvaziem) e que também cumpra sua função de controle social, fiscalizador e monitoramento das decisões. Esses fóruns ou conselhos ?com poder normativo ou somente consultivo? ter  ?opapel primordial de inspirar, incentivar, cobrar e orientar todo o processo de elaboração, execução e avaliação do PME? (Monlevade, 2003).

O PME desenvolvido em consonância com o PNE é uma construção que necessitou de décadas e de muitas mudanças nas estruturas mentais parade fato existir, e de modo participativo como é desejado, ainda mais. Além disso, essa conquista dos movimentos sociais da educação foitravada por décadas, e em conjunto com o Poder Público, pode desenvolver estruturas de governança adequadas e modernas, mas que muitas vezes ainda precisam sair do papel. Cabe aos atores interessados e ativos que mantenham viva a institucionalidade  participativa e de controle social e que não percam sua relação próxima com o cotidiano e a realidade de quem vive a educação nas escolas, nas associações de pais e nos bairros.

A GESTÃO DO FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO
Observando o panorama atual do financiamento na área de educação, o presente trabalho visa o estudo sobre a os artigos da Constituição Federal de 1988 e as vigentes leis sobre o tema. Pela Constituição de 88, o direito à educação para qualquer cidadão foi garantido conforme o artigo 205: ?A educação, direito de todos e dever do Estado e da família. Será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho?. Assim, por ser promovida pelo Estado, sendo gratuita, conforme o artigo 206, inciso IV, a educação pública necessita de recursos para que se consiga uma boa qualidade de ensino. Para que isso  ocorra, foi previsto pela Constituição, segundo o artigo 212, que a União deve aplicar 18%, o Distrito Federal, os estados e municípios 25% de suas receitas vindas de impostos na educação. Além dos recursos provenientes do Estado, 2,5% da folha de contribuição dos empregados, sendo a contribuição do salário-educação, recolhida pelas empresas deve ser destinada ao Ensino Fundamental público. Analisando também a legislação vigente sobre o financiamento na área da educação, a Lei 9394/96 ? Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a Emenda Constitucional 14, a Lei 9424/96 que regulamenta o FUNDEF, que atualmente é o FUNDEB sancionado pela Lei 11.494/2007, são fundamentais para o entendimento da  gestão de financiamento. Pelo o atual FUNDEB, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios devem  designar para toda Educação Básica 20% da arrecadação dos seguintes impostos: Fundo de Participação dos Estados (FPE), Fundo de Participação dos Municípios (FPM), Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), Imposto sobre Produtos Industrializados (proporcional às exportações (IPIexp), Imposto sobre Transmissão Causa Mortis (ITCMD), Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), Imposto sobre Renda e Proventos incidentes sobre rendimentos pagos pelos  municípios, Imposto sobre Renda e Proventos incidentes sobre rendimentos pagos pelos estados, cota-parte  de 50% do Imposto Territorial Rural (ITR) devida aos municípios. Desse recurso, mais o que é arrecadado da União, 60% são destinados ao pagamento dos salários dos profissionais do magistério, em exercício. O debate sobre a gestão do financiamento educacional suscita a idéia do empoderamento da sociedade civil nas decisões sobre alocação de recursos. Dessa forma, para além da atuação de Conselhos de Acompanhamento e Controle (Cac´s), pensa-se nas discussões, em conjunto com a sociedade, que permitam definir as prioridades em políticas públicas. Trata-se de sair da visão somente da fiscalização de recursos aplicados para pensar no destino que esses recursos estão sendo dados pelo poder publico.


OS DESAFIOS DA GESTÃO PARTICIPATIVA NO MUNICÍPIO
Importante destacar que, em entrevista realizada[1], os atores do Conselho de Acompanhamento e Controle do Fundeb, presidente e representante dos pais e alunos, e a Secretária da Educação destacam que Amparo  não é reconhecido pela cultura cívica da participação histórica de movimentos sociais. Isso pode ser verificado na primeira gestão do Conselho Municipal de Educação em que nem todos os segmentos haviam sido representados ? como o de Educação de Jovens e Adultos. Para os conselheiros, a população não está envolvida com a participação e o Conselho se torna um espaço das mesmas figuras sociais e políticas. Pontuou-se que a classe do magistério, ator de extremo interesse nos assuntos tratados, não tem envolvimento na participação. Esse ponto destacado foi o obstáculo identificado pelo poder público municipal como um desafio a ser enfrentado para construir discussões participativas. Conforme relatou a Secretária da Educação de 2001 a 2008: ?é necessária a Secretaria criar a vontade de participação?, como forma de  organizar processos participativos top down que promova discussões sobre as políticas educacionais. Outro fator importante a ser destacado é a mediação de conflitos entre diferentes setores sociais que tem interesse nos assuntos educacionais. Para esse problema, deve-se pensar em medidas que una igualdade de representação e voz com diversidade de atores e opiniões.

PROCESSO PARTICIPATIVO: ENCONTROS REGIONAIS E PRÉ-CONFERÊNCIAS
A proposta de construção coletiva do Plano Municipal de Educação teve início com os debates produzidos no V Fórum de Educação para Cidadania, esse evento buscava mobilizar participantes para discutir e contribuir para a elaboração do Plano. O processo de participação iniciado com o Fórum surtiu efeito e abriu espaço para a realização de Pré-Conferências em oito regiões diferentes da cidade, nas quais eram  convidados a participar do processo todos os atores, que de alguma forma, participavam do ambiente educacional. Inseriam-se nesse rol, a sociedade civil organizada, representantes do governo, pais de alunos,  alunos, representantes de ONG?s, representantes dos Conselhos Municipais, diretores de escola,  professores, merendeiras, serviçais, a comunidade escolar, entre outros. O intuito dos encontros era discutir a  educação e a escola numa dimensão atual e na que se busca para os próximos dez anos. Interessante observar que o poder público mediou o processo de discussão de diversos atores, com diferentes interesses,  de modo a diluir a tensão existente entre os setores representativos. Isto é colocado pela dificuldade que se tem, quando em processo participativo, de agregar divergentes pontos de vista, como de representantes de  ONG´s ou diretores, e ainda sim formular estratégias para as políticas públicas. Pode-se identificar uma tentativa de garantir diversidade e igualdade, um ponto de reflexão importante para os processos  participativos. Os encontros foram divididos em duas fases. A primeira fase tinha a finalidade de apresentar  ao público, a necessidade e os ganhos que a construção democrática do Plano Municipal de Educação trariam aomunicípio e ao Sistema Educacional. Essa apresentação é de grande relevância, pois demonstra os bônus que a participação pode trazer aos indivíduos que estão inseridos nesses processos. O retorno e  resposta as suas demandas pode ser uma forma de percepção do cidadão, que a sua participação é  importante, que faz diferença e que acarreta resultados. As propostas que surgiram nos quinze encontros realizados foram discutidas, encaminhadas e votadas na I Conferência Municipal de Educação. Para atingir a  esse objetivo foram apresentadas várias informações para que a comunidade tivesse condições de participar com legitimidade deste processo. Assim sendo foram apresentados os objetivos do PlanoNacional,  salientando os avanços que o mesmo representa para a  Educação nos próximos dez anos, ressaltando a todos a importância dos Planos de Educação, pois seus objetivos e metas deverão ser cumpridos independentemente dos mandatos eleitorais. Nessas ocasiões também foram apresentadas questões que  afetam a educação municipal, informações que subsidiaram a análise e interpretação da realidade propiciando a formulação de políticas, diretrizes e metas que orientarão a ação municipal. Os dados mais significativos apresentados foram:
_ Características e tendências econômicas, demográficas, políticas,culturais, etc.;
_ População escolarizável;
_ População não alfabetizada com mais de 15 anos;
_ Aplicação municipal dos recursos na área da educação e fontes definanciamento;
_ Qualidade de ensino;
_ Organização administrativa, gestão da escola e formas de participação;
_ Atendimento educacional;
_ Avaliação do processo ensino aprendizagem.

Após o processo informacional da primeira fase, nos encontros que caracterizaram a segunda fase, estabeleceram-se os objetivos de conhecer a expectativa da comunidade e organizar grupos de trabalho que  pudessem contribuir para a discussão coletiva e elaboração de propostas de ação. Os grupos e trabalho  permitiam uma negociação em busca de decisões que fossem executáveis do ponto de vista técnico, financeiro e político. Em cada uma das regiões os participantes se organizavam em cinco grupos de trabalho que realizavam as discussões em torno de cinco eixos temáticos:
_ política e gestão;
_ atendimento à demanda;
_ qualidade de ensino,
_ valorização profissional; e
_ programas complementares.

Cada grupo era coordenado por um profissional da Secretaria da Educação que intermediava as discussões. Também nos encontros da segunda fase, conforme estabelecia o regimento interno da conferência, a comunidade podia eleger 1 (um) delegado para cada 10 (dez) participantes, os quais foram responsáveis por  propor diretrizes, objetivos e metas para a Educação Municipal dos próximos dez anos; deliberando acerca dos procedimentos adotados no processo de construção do Plano Decenal, garantindo as condições de participação popular. Foram constituídas as seguintes categorias de delegados: delegados natos, formada pela Secretária Municipal de Educação, delegados institucionais, que são os representantes de cada instituição governamental e não governamental, que atuam na área educacional e, por fim, delegados  regionais, eleitos em cada região educacional por ocasião das pré-conferências. Essa representação foi constituída por alunos, pais, professores e servidores. Em todas as pré-conferências, as discussões e propostas foram registradas em ata que, ao final de cada encontro eram lidas e assinas pelos presentes. Participaram das pré-conferências 11 representantes da gestão municipal, 88 educadores e 224 pessoas da comunidade incluindo pais de alunos, alunos jovens e adultos, entre outros, sendo que grande parte desse  grupo esteve presente nos encontros de diversas regiões.

I CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO ?CONSTRUINDO E TRANSFORMANDO A
EDUCAÇÃO EM AMPARO?
Depois desse processo de apresentação e discussão conjunta sobre osproblemas, dilemas e os contextos, sociais, econômicos e culturais, em que Amparo se insere, a Secretaria Municipal promoveu a I Conferência Municipal de Educação com o objetivo de discutir o futuro da educação no município.
Nesse processo, em torno de 60 participantes estiveram presentes, distribuídos da seguinte forma: a) os delegados eleitos , b) representantes da gestão municipal e c) educadores. Na I Conferência foi possível elaborar o documento com as diretrizeseducacionais que deverão ser implementadas. Segundo consta em documento oficial, a participação social no Plano Municipal foi justificada pela necessidade de conhecer as demandas locais e as necessidades educacionais de grande parte da população. Isso pode ser verificado na elaboração de políticas públicas com orientações de pais e alunos, como o Projeto Rodas.
O documento oficial do Plano Municipal aponta a própria visão do poder público frente ao processo de participação:
"A gestão educacional considera que, tão importante quanto assegurar o acesso de todos os alunos à escola, através do planejamento da sua expansão física e conseqüente ampliação da oferta de vagas, é assegurar também a participação da sociedade na construção de uma educação emancipatória, que vai além do direito de freqüentar a escola."

RESULTADOS PRODUZIDOS
O documento oficial do Plano Municipal, com suas metas e propostas explicitadas, foram os resultados mais relevantes da Conferência e de todo processo participativo. As propostas expressas por este documento são pautadas na política educacional que é julgada como necessária e que se busca implementar; na legislação que dá suporte e nas condições humanas, materiais e financeiras à disposição da comunidade educacional do município. Elencar esses três elementos e trazê-los para a ciência de todos que participam do processo de construção do plano é avançar em termos de trazer transparência e universalização do conteúdo referente ao tema educação. Desse processo de discussão participativa sobre o rumo educacional no Município, por exemplo, que se originou o Projeto Rodas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
É importante considerar que o conteúdo do Plano Municipal de Educação trata de diversas temáticas, no entanto, não aponta metasclaras quantitativas. Entretanto, é possível analisar que o processo educativo promovido pela participação trouxe resultados importantes para a educação. Além de envolver diversos atores locais, as Conferências e Fóruns estimulam o debate sobre educação e a fortalecem a participação social no processo decisório de políticas públicas. Acreditamos que o mecanismo adotado possa contribuir para a concretização de uma educação que conquiste cada vez mais qualidade, tendo como conseqüência a inclusão social. A participação possibilita oportunidades para questionar, problematizar, tomar de decisões,
buscando as ações coletivas possíveis e necessárias ao encaminhamento dos problemas de cada um e da comunidade. Para que os objetivos propostos dentro do Plano sejam alcançados, é necessário um grande esforço da sociedade e co-responsabilidade de cada um, considerando as dificuldades impostas pela atual conjuntura . Admitida a importância da educação para promoção da emancipação da comunidade, considera-se que a participação coletiva nas tomadas de decisões contribui para atingir esse objetivo, assim sendo a Secretaria de Educação tem buscado colocar-se como referência na promoção de ações que  permitam e valorizem a participação da comunidade.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABRUCIO, Fernando. Descentralização e coordenação federativa no Brasil: lições dos Anos FHC. In: O Estado numa Era das Reformas: os Anos FHC. Brasília, MP, Seges, 2002.

AMPARO. Lei Orgânica Municipal, de 03 de abril de 1990.

BORDIGNON, Genuíno. Gestão da educação no município: sistemas, conselho e plano ? São Paulo: Editora e Livraria Instituto Paulo Freire, 2009.

CARDOSO, Ruth. A trajetória dos Movimentos Sociais. In: DAGNINO, Evelina(org). Os anos 90: Política e Sociedade no Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1994.

COUTINHO, Carlos Nelson. Gramsci. Um estudo sobre seu pensamento político. Rio de Janeiro: Ed. Civilização Brasileira, edição revisada e ampliada, 1999.

KRAWCZYK, Nora Rut.; VIEIRA, Vera Lúcia. A reforma educacional na América Latina nos anos 1990: uma perspectiva histórico-sociológica. São Paulo: Xamã, 2008.

MONLEVADE, João. Plano Municipal de Educação: Fazer para acontecer. Brasília, DF: Idea Editora, 2002.

MORONI, J. A. (2005) ?Participamos e daí ??, Observatório da Cidadania, disponível em  http://www.ibase.br/pubibase.  TEXTO PARA DEBATE. Novembro de 2005

OLIVEIRA, Elizabeth Serra. Movimentos Sociais e Educação Popular no Brasil Urbano Industrial. GT: Movimentos Sociais e Educação / n.03. 2001

SOUZA, Donaldo Bello de. FARIA, Lia Ciomar Macedo de. Reforma do Estado, Descentralização e Municipalização do Ensino no Brasil: A Gestão Política dos Sistemas Públicos de Ensino Pós-LDB 9.394/96.
Ensaio: aval. Pol. Públ. Educ; Rio de Janeiro, v. 12, n. 45, p. 925-944, out./dez. 2004. Disponível em
<http://www.scielo.br/pdf/ensaio/v12n45/v12n45a02.pdf> Último acesso: 22. nov. 2010.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Desafio dos Gestores de Políticas Públicas

Universidade de São Paulo

Escola de Artes, Ciências e Humanidades
Gestão de Políticas Públicas
Direito Financeiro


Cássia Fernanda da Silva
NºUSP: 6410137


            O curso de Gestão de Politicas Públicas da Universidade da São Paulo visa a formação de profissionais com competências nas áreas de Direito, Administração, Ciências Sociais e Economia. Um dos grandes questionamentos do curso seria qual o significado de Gestão de Políticas Públicas? Em função da diversidade das áreas de conhecimento do corpo docente muitas são as respostas e as argumentações.
            No entanto, neste artigo não quero discutir o real significado de Gestão de Políticas Públicas, mas os desafios desse gestor perante a dinâmica da administração pública atual e as obrigatoriedades constitucionais. No cotidiano dos estágios muitos alunos trazem a sala de aula as discrepâncias legais e as ações da administração pública.
            Em função da abordagem midiática temos impressão que o principal descumprimento da lei no setor público se caracteriza na corrupção, no entanto, outras práticas prejudicam igualmente a prestação dos serviços públicos. Neste artigo irei enfatizar a falta de planejamento na gestão pública.
            O Artigo 167 da Constituição Federal  determina que serão vetados todos os programas/projetos que não estejam previstos na lei orçamentária anual, que não tenham previsão tributária de financiamento, sendo assim, há necessariamente a exigência de um planejamento anterior a implementação das políticas públicas. Mesmo diante desta exigência constitucional muitas ações do executivo entram em regime de urgência nos departamentos públicos por falta de planejamento. Com essa cultura de improvisação dos administradores públicos a falta de planejamento impera em muitos órgãos executivos promovendo a ineficiência, a provável ineficácia e inefetividade das políticas públicas.
            O grande desafio dos Gestores de Políticas Públicas é disseminar esse princípio constitucional  de planejamento com as diversas ferramentas previstas no  Plano Plurianual,  Lei de Diretrizes Orçamentárias e Lei de Orçamento Anual.

O Artigo 37 (CF/88) e o Direito Administrativo.

Aluna: Marcela Tropiano Alem
Número USP: 6774804


A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é a atual do Brasil, que serve de base para todos os outros atos normativos, podendo ser considerada como aquela que se situa no topo do ordenamento jurídico.
O artigo 37 da CF/88 tem como princípios: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, todos eles são inerentes a Administração Pública e visam dar coerência ao Direito Administrativo, controlando as atividades administrativas exercidas em todos os entes que fazem parte da Federação Brasileira, como a União, Distrito Federal, Estados e Municípios.
Para entender melhor a importância desses princípios temos o conceito descrito por Reale (1986, p. 60): “Princípios são, pois verdades ou juízos fundamentais, que servem de alicerce ou de garantia de certeza a um conjunto de juízos, ordenados em um sistema de conceitos relativos à dada porção da realidade. Às vezes também se denominam princípios certas proposições, que apesar de não serem evidentes ou resultantes de evidências, são assumidas como fundantes da validez de um sistema particular de conhecimentos, como seus pressupostos necessários.”
De acordo com o Artigo 37, os princípios devem ser seguidos corretamente pelos governos e seus agentes e conseqüentemente denotam um caráter imperativo, devido a sua normatividade. É necessário destacar o fato que qualquer ato administrativo praticado pelo governo deve ser feito de acordo com a lei, qualquer ato que não esteja de acordo será visto como invalido.
Princípio da legalidade: é a base do regime jurídico-administrativo e submete o Estado á lei, limitando-o. Sendo assim é uma garantia para o cidadão que o protege de abusos; Princípio da Moralidade: o administrador tem que se comportar de acordo com a ética e honestidade; Princípio da Publicidade: qualquer cidadão tem o direito de pedir cópias e certidões de atos e contratos. Os órgãos públicos precisam ter transparência e precisam também informar o público de seus atos; Princípio da Eficiência: todo ato administrativo precisa ser acompanhado de um bom atendimento, com rapidez, urbanidade, segurança, transparência, entre outros. Um exemplo disso é que todo cidadão que paga a conta da Administração Pública, tem o direito que essa seja eficiente.
Esses princípios citados acima estão diretamente ligados ao Direito Administrativo que é considerado um ramo do direito público interno que visa o estudo da Administração Pública e de seus órgãos e agentes, e que conseqüentemente também está relacionado ao artigo tratado. O Direito Administrativo tem como principal característica defender os interesses coletivos e visa atingir as finalidades do Estado.
Segundo Maria Di Pietro, Direito Administrativo é “o ramo do Direito Público que tem por objeto os órgãos, agentes e pessoas jurídicas administrativas que integram a Administração Pública, a atividade jurídica não contenciosa que exerce e os bens de que se utiliza para a consecução de seus fins, de natureza pública”
Sendo assim nota-se que o Direito Administrativo e o Artigo 37 se complementam e visam proporcionar a correta ação do governo através da aplicação e fiscalização dos princípios já analisados.
Bibliografia:

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Ato Administrativo: atributos e controle

Artigo Nerling - Direito Administrativo
Discente: Raphael A. Nogueira
Nº USP: 6774892

O Ato Administrativo é, de maneira geral e sintetizada, a manifestação da vontade da administração pública dentro da esfera do direito público. Apesar do Poder Executivo ser aquele que pratica os atos administrativos, por apresentar atividades rotineiras da administração, o Poder Legislativo e Judiciário também apresentam tarefas – mesmo que atípicas - de cunho administrativo, sendo caracterizadas essas também como atos administrados.
Tentarei nesse artigo definir os atributos do Ato Administrativo e discutir a relação de controle acerca do mesmo.
Os atributos ou qualidades do Ato Administrativo são quatro: a Auto-executoriedade, a Imperatividade, a Presunção de Legitimidade e de Veracidade e a Tipicidade. Com auto-executoriedade a administração pública pode executar certos Atos Administrativos sem a necessidade de acionar o Poder Judiciário; essa qualidade preza pela rapidez da ação estatal e do interesse público. Com a auto-executoriedade, a administração pública pode agir sem o aval judicial, coagindo o particular diretamente à sua pretensão jurídica. Na qualidade da Imperatividade, como o próprio nome diz, a administração pública impõe suas decisões, seja qual for o particular que sofre a ação. O atributo da Presunção de Legitimidade se baseia no Princípio da Legalidade – art. 37 da atual carta magna – aferindo que o ato administrativo é então legal, legítimo e verdadeiro. Por fim, a qualidade da Tipicidade é entendida também pelo mesmo Princípio de Legalidade citado anteriormente, tendo em vista que a atuação da administração pública deve se dar somente no tipo legal, baseada na lei.
A respeito do controle dos Atos Administrativos devemos permear pelos seus dois tipos – Vinculação e Discricionariedade – para dar margem à discussões. A Vinculação não permite ao agente público qualquer liberdade de escolha, prendendo-o estritamente à lei. Já na Discricionariedade é onde pode-se encontrar os problemas, tendo em vista que nesse tipo de controle, o administrador apresenta escolha com relação aos atos públicos, ou seja, apresenta juízo de valor. Apesar do agente estar sempre vinculado às leis e ao interesse público, nesse tipo de controle ocorre em alguns fatos a possibilidade do uso do chamado bom-senso, ocasionando um distúrbio entre valores da sociedade e do Estado, no caso representado por determinado agente público, tendo em vista que os valores mudam em cada cidadão. Cabe então ao Poder Judiciário vigiar e controlar a discricionariedade dos agentes públicos, tarefa árdua, sendo que muitas vezes os mesmos extrapolam tal limite, assumindo seu próprio papel de controlador e o papel do controlado, que foi então subjugado.



Referências Bibliográficas:

DE MELLO, Celso Antônio Bandeira. Curso de Direito Administrativo, 25ª ed. São Paulo: Malheiros, 2008.
SILVA, Cláudio José. Manuel de Direito Administrativo. 1ª ed. Rio de Janeiro: Ferreira, 2008.

Arrecadar bem – Tributos

Artigo produzido para a disciplina de Direito Financeiro ministrada pelo professor 
Doutor Marcelo Arno Nerling
Aluna: Cinthia Granja Silva
Número USP: 6409372

Cada ente federativo possui capacidade de criar seus próprios tributos e, basicamente cabe a União legislar normas gerais e, aos outros entes apenas suplementar. É ainda permitido à entidade federativa atribuir a um órgão ou a um particular a responsabilidade da arrecadação de recursos tributários, mas esse poder não pode nunca ser transferido para outro membro. Legislar sobre uma matéria ainda discutida por nenhuma legislação vigente é papel da União.
     A maneira de arrecadar verba é basicamente através de tributos, que são divididos em: imposto, taxa, empréstimos compulsórios, contribuição de melhoria e contribuição social.
De acordo com o artigo 145 da Constituição Federal, os impostos são classificados em Reais (não avalia a capacidade contributiva do contribuinte) ou Pessoais (cobrados pela situação do contribuinte):
"§ 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte."
     Já as taxas podem ser compreendidas em relação a serviços ou ao poder de polícia e, de acordo com o artigo 145 da Lei Maior: "§ 2º - As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos."
     E, por fim, as contribuições de melhoria incidem sobre IPTU e as sociais incidirão sobre as contribuições: de intervenção no domínio econômico, sociais e de interesse das categorias econômicas e os empréstimos compulsórios são empréstimos de natureza obrigatória previstos em lei.
     Os tributos existem para sanar as necessidades básicas da nação através da função redistributiva do Estado, que visa tomar uma parcela financeira da população total, dos mais abastados financeiramente aos menos, de maneira a redistribuir igualitariamente entre todos, fazendo com que as disparidades entre classes sociais sejam amenizadas, para isso, todos os tributos devem obedecer alguns princípios como: de reserva da lei ou legalidade estrita, de isonomia ou igualdade perante a lei, de personalização dos impostos e da capacidade contributiva, de irretroatividade da lei tributária, de anterioridade, de proporcionalidade ou proibição do confisco, de ilimitabilidade ou liberdade e de uniformidade tributária.
     As taxas e os impostos praticados no Brasil são excessivos e não cumprem sua função de tomar parte do patrimônio da parcela mais abastada da população e em troca fornecer serviços ou condições de melhoria do padrão de vida aos mais necessitados. 
     O Estado brasileiro arrecadou mais de R$1 trilhão nesse ano, cobrando taxas abusivas dos cidadãos, contanto, não se pode classificar o Estado como um Welfare State, já que os serviços prestados, quando são prestados não conseguem atingir toda a população brasileira, um exemplo é o Sistema Único de Saúde (SUS) ou o de Educação, que apesar de serem sistemas universais, têm baixa qualidade.
     Portando, já que o país arrecada grande quantidade de dinheiro através de tributos, o ideal seria que investisse mais em serviços básicos priorizando não apenas a universalização mas também a qualidade do mesmo.

Bibliografia:
·         Constituição Federal Brasileira. Portal da Presidência da República Federativa do Brasil. Visitado em 25/10/2010. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm
·         Manual do Gestor Público. Visitado em: 04/10/2010. Disponível em: http://stoa.usp.br/marceloarno1/files/-1/13917/Manual+do+Gestor+P%C3%BAblico_RS.pdf
·         Site Bacharelando. Visitado em: 01/11/2010. Disponível em: http://www.bacharelando.hd1.com.br/financeiro2.htm
·         Site da Faculdade Maurício de Nassau. Visitado em: 25/10/2010. Disponível em: http://www.mauriciodenassau.edu.br/artigo/listar/rec/525
·         Site da Universidade Federal de São Carlos. Visitado em: 01/11/2010. Disponível em: http://www.buscalegis.ufsc.br/revistas/index.php/buscalegis/article/viewFile/21196/20760
·      Site direito positivo. Visitado em 25/10/2010. Disponível em: http://www.advogado.adv.br/artigos/2005/marcusviniciusguimaraesdesouza/direitotributarioconceitosgerais.htm

Ainda há esperança. Que venham os futuros líderes deste país...

Jovens querem ser políticos

USP LESTE - EACH

Vídeo institucional da EACH parte 1.

Vídeo institucional da EACH parte 2.

Opiniões sobre o ciclo básico da EACH. 1

Opiniões sobre o ciclo básico da EACH. 2