quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Relatório de Resultados da Avaliação dos Alunos sobre o Curso de Gestão de Políticas Públicas

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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Onde os técnicos não têm vez - Carta Capital


Estratégica para Serra, a carreira de gestor emperra nas resistências internas. Por Luiz Antonio Cintra. Foto: Clayton de Souza/AE
Quando foi lançada pelo governo paulista, três anos atrás, a carreira de Especialista em Políticas Públicas foi festejada por administradores públicos dos mais variados campos. O espírito da carreira, dizia o projeto encaminhado à Assembleia, era o de se contrapor a um dos problemas centrais do Estado brasileiro. Quando saísse do papel, previam os entendidos, a nova especialidade ajudaria a enfrentar o vazio e a inoperância decorrentes de décadas sem investimentos na qualificação do funcionalismo, queda dos salários reais e a não reposição do pessoal especializado que se aposentava.
A decadência dos hospitais públicos e da rede oficial de ensino, o trânsito caótico nas metrópoles ou os índices de violência e corrupção são, segundo esses estudiosos, reflexos de um Estado falido e mal administrado. Nada mais recomendável, portanto, do que investir na contratação de profissionais saídos das melhores universidades do País, com “excelência técnica” e em condições de tocar projetos estratégicos. Eles iriam formular políticas setoriais, coordenar equipes, checar resultados e rever métodos. E teriam capacidade para conferir maior agilidade e eficiência à máquina pública, sempre atolada no curto prazo e com baixa capacidade de planejar o próprio futuro, que dirá o da sociedade.
A carreira foi inspirada na dos gestores federais, criada ainda no governo Sarney, a partir da experiência francesa de administração pública, como explica Roberto Pojo, presidente da Associação Nacional dos Especialistas em Políticas Públicas (Anesp) e gestor desde 2004. Extinta durante o governo Collor, a carreira foi de fato estruturada durante o primeiro mandato de FHC, por iniciativa do então ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira, professor da FGV-SP, responsável por tocar a reforma administrativa do Estado.
No propósito de Bresser, os gestores teriam de ocupar os postos atualmente chamados pela sigla DAS, como são conhecidos os cargos comissionados, indicados pelos políticos da vez, em direção à profissionalização da máquina pública. “Hoje somos 880 gestores federais, todos aprovados em concurso específico e com especialização na Escola Nacional de Administração Pública, a Enap, criada com a carreira. No plano teórico, deveríamos funcionar como intermediários entre os políticos e o corpo operacional dos ministérios e autarquias onde estamos lotados. São postos de comando, mas sem ingerência política”, diz Pojo, atualmente no Ministério do Desenvolvimento Social. “Sem entrar no aspecto moral, não dá para comparar a independência de um gestor, com boa remuneração e formação adequada, com os DAS, que dependem completamente do cargo e obviamente são mais vulneráveis às pressões, muitas vezes, porém, inadequadas por motivos financeiros ou técnicos.”
Com um salário inicial de 12,8 mil reai s, o último concurso para o cargo, na esfera federal, atraiu mais de 9 mil candidatos, dos quais pouco mais de 100 foram selecionados. E tida como bem-sucedida, a iniciativa virou referência para os governos estaduais. Hoje, além de São Paulo, outros oito estados contam com EPPs nos seus quadros.
No caso de São Paulo, contudo, o que deveria ser um começo de solução transformou-se rapidamente em pesadelo. Desde março deste ano, quando foram empossados os primeiros 135 especialistas em políticas públicas, a Secretaria de Gestão do Estado de São Paulo não sabe como aproveitar os seus gestores, hoje em torno de 111, após as desistências dos insatisfeitos com a forma como foram tratados desde o curso de formação de três meses, finalizado em dezembro de 2009. E, após passarem dois meses sem a nomeação e o salário, até que fosse publicada no Diário Oficial.
Arquiteta formada pela USP e no último ano de graduação na Fundação Getulio Vargas (FGV-SP), Camila Maleronka foi aprovada no concurso de 2009, fez o curso, mas decidiu abandonar a carreira após 50 dias. A sua posse deu-se quatro meses após a de seus colegas, prazo-limite para os EPPs assumirem. “Quando cheguei à Secretaria de Gestão, a maioria estava descontente porque não tínhamos ido para as outras secretarias, como esperávamos ir”, conta Camila. “Chegamos a uma secretaria muito pequena, algo como 50 funcionários, que de repente teve de receber quase 150 novatos, que ficaram soltos, com algumas poucas tarefas que na prática funcionaram como uma extensão do curso de formação dado pela Fundap.” O impasse ainda persiste passados seis meses, o que aumenta o desânimo dos EPPs.
O próprio curso preparatório da Fundap já foi problemático. Procurada por CartaCapital para falar do caso, a direção da fundação preferiu não se manifestar. Contudo, um pesquisador da Fundap, que prefere manter o anonimato, recorre à metáfora de uma bola quadrada que teria sido lançada pela cúpula, exigindo da fundação nada menos que um gol de placa. “Não houve tempo ou estrutura adequada para que o curso fosse elaborado a contento. O resultado é que os alunos passaram três meses com jornadas diárias de oito horas em sala de aula, o que é um absurdo do ponto de vista pedagógico”, comenta o pesquisador da fundação, que mais recentemente voltou a ser vista como um embrião de escola de governo no estado. “A Fundap tem plenas condições de exercer essa função, mas precisa se adaptar e de investimentos à altura da tarefa. Ocorre que desde o governo Covas as fundações foram reduzidas ao mínimo e obrigadas a ‘rodar bolsinha’ em busca de projetos para terceiros que trouxessem recursos.”
A insatisfação dos EPPs paulistas levou-os a criar uma associação, formalizada há um mês, com o objetivo de defen der seus interesses, fortalecer a carreira e dar legitimidade a sua atuação. Cuidadosos com o que falam, os diretores da nova entidade apontam como sua principal tarefa “construir a identidade da carreira e valorizar o gestor”.
Para tanto, criaram três grupos de trabalho, um deles para lidar com a questão salarial. Com salário inicial de 3,8 mil reais (e final, de 8 mil, em valores de hoje), os EPPs consideram merecer ganhar mais, além de defenderem uma participação ativa na administração. Uns meses atrás foram pedir ajuda à Anesp, a associação nacional, que considera os casos de São Paulo e Santa Catarina como os mais problemáticos dentre os nove programas estaduais.
Especialista em administração pública e professor da FGV-SP, Ricardo Bresler acompanha o caso com interesse, pela relevância estratégica que atribui à carreira. “O que faltou no caso paulista foi articular a Secretaria de Gestão e as demais secretarias e órgãos da máquina paulista, que é uma estrutura complexa. Ficou evidente que o projeto como um todo não foi visto como uma prioridade do governo estadual. Nesse caso, a cúpu la precisa deixar claro que é algo estratégico, e assim envolver as demais secretarias”, diz Bresler, que foi chamado a ministrar algumas aulas na Fundap, assim como outros colegas da FGV.

sábado, 18 de setembro de 2010

Eleições e as demandas da agricultura

Fonte: Blog Agricultando





É na época às vésperas das eleições que os políticos ficam mais abertos às demandas dos eleitores e dos colaboradores de suas campanhas. Nada mais natural. Assim, os segmentos organizados da sociedade buscam apoio para suas propostas, tentando emplacar as agendas de seu setor, numa competição pela atenção dos candidatos a cargos públicos. Num ambiente assim é muito fácil ser ouvido, mas difícil ser verdadeiramente escutado e mais ainda ser lembrado após as eleições sobre as ações pactuadas.

O agronegócio brasileiro historicamente não conta com uma interlocução organizada e representativa junto aos governos. Ao contrário da indústria que se estruturou na FIESP e na CNI conseguindo influenciar as decisões de Estado, a agricultura montava coalizões ad-hoc em tempos de crise sem uma interlocução de agenda na implementação de suas políticas. A suposta força da bancada ruralista é muito mais um mito do que a realidade comprovável da obediência partidária. Não há dúvidas que os avanços da Confederação Nacional da Agricultura - CNA conseguiram dar a ela maior legitimidade. Entretanto ainda há temores de uso eleitoral de suas estruturas, ademais de representar tão somente o setor primário da cadeia do agronegócio, conseguindo respeitável expressão de bases regionais mas pouca força no lobby profissional.

A criação da Associação Brasileira de Agribusiness -ABAG, por outro lado, foi uma significativa mudança para o setor. Além de representar os interesses dos agricultores e pecuaristas, busca integrar toda os demais participantes do agronegócio, sejam eles atuantes antes da porteira ou após a porteira. As demandas da ABAG são, portanto, mais sintéticas e de maior peso. E justamente um dos segredos da atuação de representação dos interesses antes das eleições é poder apresentar uma agenda que tenha um espectro de abrangência ampla, que sensibilize os candidatos.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Questão da censura no Brasil: Uma ameaça ao ideal democrático. Vão nos amordaçar novamente?


Por Daniel Neves

Houve em Copacabana uma passeata de humoristas de diversos e variados programas de humor do Brasil que caminhavam, e manifestavam contra o artigo 45 das Eleições, acreditando que estavam sob censura, que estabelece que as emissoras não podem usar trucagem, montagem ou outro recurso de áudio ou vídeo que, de qualquer forma, degradem ou ridicularizem candidato, partido ou coligação, ou produzir ou veicular programa com esse efeito, válida desde 1º de julho até o fim do período eleitoral que diz: a emissora ou artista que ridicularizar candidatos pode ser multada pela Justiça em até R$ 106.410, valor que dobra em caso de reincidência.

Podemos dizer que a censura está sendo aplicada novamente em nossa, até agora, democracia. Um país que passou por uma série de problemas e conquistou igualdade de direitos, o fim da escravatura, acabou com o governo militar - que acabaram com a liberdade - e "retirou" por impeachment um presidente corrupto, mais uma vez está sujeitando nossa sociedade a uma restrição de pelo menos três importantes cláusulas pétrias de nossa constituição de grande valor (Artigo 5º - Parágrafos IV- é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; VIII- ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei; IX- é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença). Não precisamos ir muito longe para ver os direitos fundamentais sendo restritos pelo poder executivo, vejamos o exemplo da Venezuela. Uma total ameaça aos nossos ideais democratas.

Como legisladores podem aprovar uma lei federal que PROÍBA de fato a expressão de parte da população e fira algumas clausulas pétrias? Antes de passar para a câmara de deputados essa aprovação passou por pela CCJ... aceitável? Além disso, restringe o trabalho dos humoristas e ainda contribui em grande parte para o prejuízo social de não só fazer as pessoas pararem de rir e serem felizes, mas também por criar uma espécie de alienação política.

O humor é uma ferramenta muito forte, pois ele aumenta a capacidade de interpretação e captação das pessoas para noticias "levemente" ditas.

Não podemos ser ingênuos e entender que a comunicação está sobre a nossa Constituição, a mídia deve encaixar-se dentro do direito e viver junto com ele, não esquecendo que a dignidade pessoal e o pluralismo político são direitos de todos os cidadãos (Artigo 1º, parágrafos III e V, respectivamente)

A passeata é ainda uma excelente maneira de iniciar uma nova "era" de manifestações, de acordar os brasileiros e nos tirar de casa para brigarmos por nossos direitos e "acordar o nosso lado dos caras pintadas". A passeata busca também acabar com o privilégio das "antigas oligarquias novas", mostrando para o público através do humor que é mais facilmente compreendido o que de fato essa pessoa faz, qual o conhecimento que ela tem diante de seu país, da Constituição Federal do mesmo e da rica história que temos. O "jornalismo social" está comprometido e as pessoas que já são Analfabetos Políticos (Texto de Bertolt Brecht) tornam-se mais ainda.

O analfabeto que não tem escola para ensinar a ler, escrever e entender a política. Esse é um grave problema para cada vez mais desqualificar nossa administração.

O movimento "Humor Sem Censura" é o primeiro passo para nós brasileiros "batermos nossas panelas" nas ruas e lutar por tudo aquilo que contraponha ou sobreponha nossos direitos, é o momento para sairmos de casa e gritar pela liberdade clara. Uma pequena lei federal que proíba os programas de humor de fazer humor em pouco tempo decretará que é proibido rir e ser feliz.

De fato é mesmo revoltante a qualidade dos nossos representantes no Congresso, sejam eles advogados, médicos, empresários ou palhaços, jogadores, modelos-apresentadoras-cantoras, etc. Mas, enfim, política é paixão e deixou de ser conhecimento, sabedoria e dedicação transparente.

A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV (Abert) entraram com um pedido de liminar contra o artigo 45 argumentando que a lei gera "efeito silenciador" e obriga as emissoras a evitar a divulgação de temas políticos polêmicos para não serem acusadas de "difundir opinião contrária ou favorável a determinado candidato", assim o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Ayres Britto suspendeu a eficácia do artigo e determinou que as manifestações de humor contra políticos podem ser consideradas irregulares depois de sua veiculação, caso sejam questionadas na Justiça Eleitoral. A decisão de Ayres Britto foi baseada em julgamento anterior, em que a corte decidiu que a liberdade de informar deve ser irrestrita.

Ponto para nossa democracia e para nossos humoristas que lutaram pelos direitos. Como sempre deve ser feito.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Diário de Viagem - Cidade Constitucional - 2010.



Veja fotos em:





Primeiro Dia 06/09


Querido Guimarães Rosa... Como pude sentir na pele, e respirar o ar seco sob o sol de enxofre que o Sr. comenta nas suas mágicas narrativas. Um punhado de cerrado, mais um pouco de gente simples e terra batida: temos a soma sincera de algumas de suas passagens.
Dentre bons amigos, e boa conversa. Sorrisos. Homens e Mulheres bonitas com um objetivo: tentar encontrar um pedaço de republicanismo na terra dos senhores de escravos, e de cartas de nobreza... As pirâmides de JK... Desesseis horas e mais um pouco, rápidos momentos à sombra de alguma espectativa... Enfim, chegados... Mala desfeita, profunda respirada. Cansaço.
Professor Nerling sorria à exemplo da juventude: traçava as diretrizes do encontro, delineando a necessidade do controle e respeito entre os colegas (entende-se: nada de álcool). Nossos motoristas, cansados da invernada, não sustentaram o itinerário da tarde.
Agora, ao escrever no meu alojamento, escuto o murmurinho dos colegas. Professor canta: “Bora lá, gente...”. Pizza, para terminar a noite como costumeiramente aqui se contempla. Ritual tradicional dentre os políticos da região.

Segundo Dia 07/09
Acordamos com um peso no corpo e certa animação. O horário para assistirmos o desfile, num regime de tempo bastante rigoroso, fez com que corrêssemos um pouco para chegarmos a tempo. Ressalvo que o professor Nerling manteve o gosto pelas roupas exóticas.
Chegamos no horário certo, passando pelos pontos mais conhecidos de Brasília. A Explanada dos Ministérios, o palácio do Itamaraty, o Supremo Tribunal e o prédio do Congresso Nacional: é interessante a cápsula ilusória que douramos ao redor da Cidade Constitucional. Acreditava que tudo era maior, mais belo, inclusive o Presidente. Mas tudo é simplesmente, normal. Humano. Simples e objetivamente assim.
Caminhamos dentre as ruas numeradas, presenciamos manifestações e algumas palavras de ordem. Vimos os militares, civis, intelectuais entre amigos.
Não conseguiria definir de forma suficiente a alegria de presenciar as bandas do desfile. Mesmo sabendo que se tratava de uma distante lembrança de Getúlio, me senti bastante satisfeito com os batuques e requebradas do coração brasileiro: somos assim mesmo, tortos igual Garrincha e Aleijadinho... Alguém precisa consertar?

Alcançamos, no retorno, o Museu do Construtor - Juscelino Kubtcheck, tendo a oportunidade de colher várias informações e contemplar seus objetos pessoais e intelectuais. Sua biblioteca, repleta de tomos de medicina. Suas conquistas acadêmicas, diplomas e fotos. Também vimos o lado humanizado do ex-presidente. Conveniei, que quando passasse a dormir no Palácio da Alvorada (!), pensaria num projeto de museu dos verdadeiros construtores. Mas como lembram sempre da Muralha, e não da argamassa viva que lhe constituiu, penso que esse fator/realidade mesmo presente é amplamente discutível. Despacharei com sabedoria... Sonhos e mais sonhos...

Terceiro Dia 08/09

Acordamos um pouco mais cansados. As místicas da madrugada pesaram como restrições severas de sono. Fechamos os olhos de noite, e abrimos de manhã.
Começamos com uma interessante palestra, sobre a ENAP e as dificuldades de gestão na esfera federal. Discutimos desafios, e objetivos a serem alcançados. O Ministério do Planejamento, por articulação de nosso Centro Acadêmico, consolidou importantes considerações acerca de nossa atividade de formação gerencial e correlatos, com a presença de representantes da Secretaria de Gestão. Discutimos também os desafios e tendências da administração pública brasileira e gestão estratégica organizacional: diante de temas diretamente envolvidos com gestão prática e de competências, desenhamos os principais desafios e problemas da atual máquina de governo brasileira.
Ao distinguirmos as debilidades sugeridas, neste movimento de discussão, levamos em consideração a questão da COMPETÊNCIA: composta de conhecimentos, habilidades e atitudes. Tendo cada cidadão a sua, os governantes também apresentam essas peculiaridades. Nosso primeiro palestrante, formado em psicologia, fomentou uma interessante discussão sobre os processos de ação do Estado na manutenção de sua estrutura de recursos humanos.
Após as palestras na ENAP, nos dirigimos para a explanada dos Ministérios, apreciando dois outros encontros. Um no Ministério da Educação, onde discutimos as políticas nacionais de educação, e outro no Ministério do Desenvolvimento Agrário, onde comentamos a política de integração conhecida como Territórios de Cidadania.
Recuamos ao alojamento, e entrinxeirados nas camas, dormimos pouco.

Quarto dia 09/09/2010

Bela Aurora derramava seus cabelos sobre a Terra: e eu com uma vontade tremenda de relaxar um pouco mais. O roteiro inicial de nosso dia contemplava uma visita à casa do legislativo brasileiro: fomos recebidos para discutirmos sobre a Comissão de Legislação Participativa, suas limitações e oportunidades à democracia. Repensamos a utilização do menor caminho entre os interesses da população e a câmara dos deputados.
Após, visitamos o belo prédio e estrutura do Ministério da Justiça. Quadros de ministros da velha república, senhores de barbas empoeiradas, enfeitavam as paredes da sala. Comemos em um restaurante do SENAC, maravilhoso: quisera eu ter tempo de apreciar um pouco mais uma boa comida, respirando bacharelismo. Assistimos uma palestra sobre as instituições públicas não estatais, sobre a postura do governo para unir um cadastro destas organizações. Debatemos, brevemente, sobre a classificação de obras de arte e publicidade, realizada também pelo Ministério.
Contrastantemente, o Ministério da Cultura não apresentou prédio tão belo... Arrisco dizer que dentre todos os ministérios que visitei, foi o menos “pomposo”... Ressalvo-lhe sua importância! Salões belos, com obras de arte e inspiração, porém depredados e – talvez de certa forma – negligenciados. Quem nos recebeu foi Prof. Nilo, um dos coordenadores do CONAMA: no mesmo prédio, temos o Ministério do Meio Ambiente.
Sr. Nilo comentou sobre a relevância dos critérios e padrões para a sustentabilidade em debate público e participativo, um grande eixo político de integração entre a manutenção sustentável do meio ambiente e o governo democraticamente participativo: uma área de integração entre os cursos de Gestão Ambiental e Gestão de Políticas Públicas.

Quinto dia 10/09/2010

Não comentarei novamente sobre minhas restrições de sono. Começamos em um deslocamento para o Ministério da Saúde, onde contemplamos um debate sobre o Sistema Único de Saúde, mais especificamente sobre o programa Saúde da Família. Discutimos suas debilidades, desafios e oportunidades. De forma interessante, indicadores transportam a idéia da saúde envolvida com outras temáticas sociais: dinâmicas positivas, econômicas e políticas, são potencializadas à luz da atenção à saúde. Conversamos também sobre a carreira de diplomacia, inspirada nas relações internacionais e correlatos.
Após o almoço, vislumbramos uma palestra com o Sr. Mário Lisboa, um dos diretores do IPEA. É muito confortável perceber que os setores da administração pública, em seus mais diversos redutos, flertam com os estudantes de gestão pública e interessados na participação. Apesar das fortes restrições e limitações mecânicas que envolvem a máquina do Estado, é notável essa realidade em alguns redutos de Brasilia. Dentre as principais atribuições do IPEA, uma delas (e notadamente a de maior inspiração em gestão) trata-se de “Produzir, articular e disseminar conhecimento para aperfeiçoar as políticas públicas e contribuir para o planejamento do desenvolvimento brasileiro...”. Entendo que esse mote pode garantir algumas certezas e objetivos, e de toda sorte, podem contribuir para um melhor estado: mais efetivo e inclusivo.
Caminhamos, logo após, para o Palácio do Planalto, onde aproveitamos uma palestra sobre os mecanismos de gestão do PAC. Os objetivos do PAC são acelerar o ritmo do crescimento da economia (crescimento sustentável); aumentar o emprego e a renda e diminuir as desigualdades sociais e regionais; e manter os fundamentos de segurança macroeconômicos: inflação sob controle, consistência fiscal e solidez nas contas externas. Discutimos a concepção do PAC pensando em dois grandes blocos de medidas: melhoria do ambiente para o investimento e as obras de infra-estrutura. No mesmo espaço, discutimos também sobre os investimentos para a copa e para as olimpíadas: sua operacionalização, responsabilidades e coordenação.
Abraços, Basílio...



Paulo Cesar de Abreu Paiva Junior
Gestão de Políticas Públicas (GPP)
Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) - USP LESTE


"Ouçam: a Sabedoria está chamando, o Entendimento faz ouvir sua voz? Nas elevações, ao longo do caminho, nas encruzilhadas das estradas, junto as portas na entrada da cidade e nos portões de saída, ela se apresenta, exclamando: Homens, eu me dirijo à vocês, eu me dirijo aos filhos de Adão, para que os ingênuos aprendam a sagacidade, e os insensatos adquiram bom senso." (Provérbios 8:1-5)


domingo, 12 de setembro de 2010

Relatório de Avaliação da EACH 2010


12. PRODUÇÃO DO CORPO DOCENTE

Apesar das limitações encontradas nos primeiros anos pela falta de estrutura, ainda em construção, em termos de laboratórios para o desenvolvimento de pesquisas, os professores da EACH foram responsáveis pela produção de cerca de 100 artigos em periódicos internacionais indexados, 56 artigos em periódicos nacionais indexados, aproximadamente 70 capítulos de livros e 12 livros, o que atesta o alto nível do corpo docente e a potencial capacidade de produção do mesmo.

Além dessas publicações, nossos docentes e alunos participaram de muitos eventos científicos e culturais no país e no exterior, contribuindo com conferências, participações em mesas redondas, workshops, apresentações de trabalhos e publicações em seus cadernos de resumos.

12.1. Análise do Indicador de Produção por Docente da EACH do Anuário Estatístico USP – 2009
Uma fonte oficial da USP para a consulta dos dados referentes as suas unidades é o Anuário Estatístico USP, onde se pode encontrar, dentre outros, a produção científica realizada pelo corpo docente ao longo dos últimos 5 anos, tanto em termos absolutos quanto em termos relativos (por docente). A fonte destes dados é o DEDALUS (além do sistema Marte – Recursos Humanos).
Este, por sua vez, é alimentado através das bibliotecas das respectivas unidades da USP, cuja produção deveria ser informada pelos próprios docentes à biblioteca da sua respectiva unidade.
Considerando o ano de 2008, os principais tipos (em quantidade total) de publicações dos docentes da USP, mencionados no Anuário Estatístico USP – 2009, são:

 trabalhos apresentados em congressos e publicados (40,3%);
 artigos de periódicos (25,9%);
 em publicações (16,7%); e
 monografia/livro (incluindo capítulos de livros) (9,4%).


No anuário, de 2005 a 2008, a EACH apresentou índice de produção por docente de 1,2, 0,9, 0,7 e 0,6, respectivamente, ocupando sempre o último lugar dentre todas as unidades da USP, isto é, o 37º, 37º, 37º e 38º lugar, nesta ordem, como pode ser observado na figura a seguir.
Através de uma listagem dos docentes ativos da EACH em 31/12/2009 (fonte: RH da EACH), elaborou-se um levantamento de dados (de 11 a 15 de fevereiro de 2010) a partir do currículo Lattes dos docentes, verificando a data de atualização do Lattes e a produção de 2005 a 2009, referente a artigos em periódicos, livros e capítulos de livros, além de publicações completas em anais de congressos, resumos (expandidos ou não) em anais de congressos e artigos aceitos por periódicos. Cabe destacar que os 24 docentes que saíram da EACH antes de 31/12/2009, não estão contabilizados neste estudo nem sua respectiva produção.

Dados de toda a produção docente informada no DEDALUS de 2005 a 2009 (posição em 15/12/2009) foram obtidos (fonte: Biblioteca da EACH), e as produções realizadas por mais de um docente da EACH foram contabilizadas uma única vez. Cabe ressaltar que, quanto ao DEDALUS, possíveis informações de produção de parte dos 24 docentes que saíram da EACH,
podem estar cadastradas.





sábado, 4 de setembro de 2010

Prova Final


VEJAM ESTE BLOG SOBRE DISCIPLINAS DE DIREITO.

http://prova-final.blogspot.com/

Com aulas ministradas pelos maiores especialistas em cursos preparatórios para o Exame de Ordem, o programa é dividido em três blocos: o Tema do Dia, Pergunte ao Professor e "X" da Questão. De forma dinâmica e acessível, os professores transmitem aos alunos as principais dicas para a aprovação, resolvem questões, tiram dúvidas e revelam segredos do Exame de Ordem, permitindo a interação do aluno-telespectador por intermédio de e-mail.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Sobre relação alunos-professores.

Reproduzo abaixo email recebido sobre a situação aluno-professor. Faço isto por saber que nem todos recebem os emails, e sendo de nosso interesse acho relevante que todos conheçam a posição do nosso coordenador:


===========.


Caros professores (as), colegas e coordenador do curso de Gestão de Políticas Públicas.


Meu nome é Gabriela XXXXX, inscrita sob o nº USP XXXXX, e estou utilizando estas listas (que infelizmente não envolvem os alunos de GPP em sua totalidade), talvez até indevidamente, para falar sobre alguns assuntos bastante complicados, os quais tenho dúvidas e, por acreditar que não apenas eu, mas vários outros colegas se sentem lesados, quero saná-las.

Os assuntos são:

- Abuso de poder em sala de aula;

- Superexposição de alunos (as) durante as aulas (buyling);

- Discricionariedade em relação as regras pré-estabelecidas e, por fim,

- Formas de fazer denúncias/ reclamações/ sugestões com a garantia de não retaliação hierárquica.

Não me sinto a vontade de apontar diretamente o professor (a) ou ainda a data da ocorrência, simplesmente por medo de haver qualquer punição ao indivíduo (a) lesado (a) ou à sala que presenciou o abuso e por isso apenas peço que me esclareçam quanto as ações que nosso corpo diretivo tem a respeito destes assuntos, e quais são os mecanismos de defesa dos (as) alunos (as) perante a tais problemas que infelizmente existem mesmo num curso como o nosso que ensina a não sermos personalistas, não tratarmos as pessoas de formas diferentes e a não mudarmos as “leis” para nos auto-favorecer.

Como devemos proceder quando um (a) professor (a), após uma indagação de um aluno vira-se e diz:

- Eu sou o professor, e EU dou as notas!

- 10% de cada sala é feita de gênios e estes eu faço questão de ajudar, 80% de pessoas medianas e 10% de lixo e eu faço questão de reprovar.

Acredito que tenha deixado claro que o problema ocorreu com um (a) professor (a) em especial e peço desculpas aos demais por tê-los adicionado a tal discussão, entretanto o fiz como uma forma de publicizar o ato e criar uma discussão que agregue valor ao curso e ajude a fortalecer as diretrizes que devemos seguir no futuro:

- personalismo X impessoalidade ?

- discricionariedade X igualdade + legalidade ?

- abuso de poder X moralidade + eficiência + legalidade + impessoalidade + publicidade ?

Tais indagações já percorreram diversas listas e até constituiram uma Carta redigida pela sala da manhã atualmente no 8º semestre, disseminada entre as salas, porém mais uma vez vêm à tona por continuar ocorrendo. É bem triste.

Obrigada.


==============.

Resposta dada por:

Prof. José Renato de Campos Araújo
Coordenador de Curso
Gestão de Políticas Públicas
Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH)
Universidade de São Paulo (USP)
55 11 3091.8115
skype: jrenato.araujo

Boa Noite, XXXXX.

Começo agradecendo sua mensagem, pois dado sua gravidade é ótimo que talsituação seja colocada em público, pois tratarmos tal questão em recintosfechados muitas vezes não geram resultados, e desde a carta redigida pelos alunos há mais ou menos 1 ano a minha posição foi muitoclara. Estou aberto a receber todo e qualquer aluno, ou grupo, quetenha se sentido lesado ou agredido, até pq por força do cargo decoordenador sou obrigado a tomar providências.

Naquele momento, qdo recebi a carta dos alunos dirigi-me a todo corpodocente, mesmo sabendo que nem todos se relacionavam com o problema, esolicitei ações para regularizarmos os procedimentos de correção deprova, lançamento de notas no sistema Júpiter e, principalmente,divulgação de todas avaliações para os alunos. Pessoalmente localizeios casos mais graves e urgentes e conversei pessoalmente com cadacolega diretamente envolvido com o atraso de notas e divulgação dosresultados. Estou ciente que nem todos problemas foram 100% sanados, econtinuo agindo para resolver tais pendências, mas também é inegávelque houve uma mudança significativa neste tipo de problema.
Mas agora sua mensagem vem tratar de assunto que não apareceradiretamente naquela carta e na conversa que tive pessoalmente com aturma signatária de tal documento. Pois agora a situação é bastantediferente, pois sua msg levanta questões relacionados ao desrespeito eagressões contra alunos.

Sinceramente, é a primeira vez que sou alertado que haja casos de "abuso de poder em sala de aula; superexposição de alunos (as) duranteas aulas (buyling);", e mais uma vez vou colocar a minha posição (que éa mesma que disse pessoalmente a todos alunos no ano passado), pois sema qual vejo-me com as mãos amarradas; já que um coordenador não podetrabalhar e agir, em casos como este, sem saber concretamente quais sãoas pessoas envolvidas.

Não posso acusar 22 professores de abuso de poder em sala de aula, e muito menos acusá-los de superexposição de alunos durante suas aulas. Em tempo, neste ponto é necessário fazer um reparo em sua msg, pois numa rápida pesquisa podemos constatar que o fenômeno do Bullying não se aplica exatamente a este caso.

Portanto, solicito que os alunos afetados ou aqueles que presenciaram tais situações que me procurem pessoalmente, ou até mesmo por e-mailpessoal (e não público), para nominar os episódios e os envolvidos.Logicamente que com isso respondo uma de suas indagações; não hánenhuma possibilidade de haver retaliação posterior, uma vez que emcasos delicados como esse as pessoas são preservadas. Este é o papel dacoordenação, e já agi dezenas de vezes em muitos episódios similares(não tão graves), que logicamente não foram expostos ao público.Lembro aos alunos que além da coordenação de curso a USP mantêm outroscanais para receber denúncias deste tipo, e a própria direção da EACHestá aberta a receber e tratar este tipo de assunto, o qualinfelizmente não deveria existir em IES, mas são muito mais comuns doque gostaríamos.
Para casos mais extremos
,como este parece ser, a USP mantêm uma ouvidoria
(http://www4.usp.br/index.php/ouvidoria) que tem por uma de suas funções acionar a Comissão de Ética da USP para casos que firam o código de ética de nossa universidade (http://www.usp.br/leginf/resol/r4871m.htm). Mas deixo claro que a primeira instância é a coordenação de curso, e de nada adiantará acionar instâncias superiores na EACH (como a diretoria e a Comissão deGraduação), bem como os órgãos centrais da USP (ouvidoria e Comissão deÉtica), sem acionar de maneira formal a primeira instância, pois necessariamente serei consultado por qualquer instância superior pararelatar quais medidas concretas foram tomadas pela coordenação, ou asrazões de alguma inação em caso de termos ciência de algum problema enenhuma medida ter sido estabelecida para sua elucidação.
Bem, termino por aqui, ficando a sua inteira disposição para uma conversa pessoal, para a qual é somente indicar uma data para nossoencontro na EACH, e dizendo que além de vc estou aberto a qq outroaluno, como sempre estive, para uma conversa sobre problemas em nossocurso, para os quais sempre busco maneiras de solucioná-los.
No aguardo de sua resposta.

Abs; Zé Renato

Ainda há esperança. Que venham os futuros líderes deste país...

Jovens querem ser políticos

USP LESTE - EACH

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Opiniões sobre o ciclo básico da EACH. 1

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