sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Sobre relação alunos-professores.

Reproduzo abaixo email recebido sobre a situação aluno-professor. Faço isto por saber que nem todos recebem os emails, e sendo de nosso interesse acho relevante que todos conheçam a posição do nosso coordenador:


===========.


Caros professores (as), colegas e coordenador do curso de Gestão de Políticas Públicas.


Meu nome é Gabriela XXXXX, inscrita sob o nº USP XXXXX, e estou utilizando estas listas (que infelizmente não envolvem os alunos de GPP em sua totalidade), talvez até indevidamente, para falar sobre alguns assuntos bastante complicados, os quais tenho dúvidas e, por acreditar que não apenas eu, mas vários outros colegas se sentem lesados, quero saná-las.

Os assuntos são:

- Abuso de poder em sala de aula;

- Superexposição de alunos (as) durante as aulas (buyling);

- Discricionariedade em relação as regras pré-estabelecidas e, por fim,

- Formas de fazer denúncias/ reclamações/ sugestões com a garantia de não retaliação hierárquica.

Não me sinto a vontade de apontar diretamente o professor (a) ou ainda a data da ocorrência, simplesmente por medo de haver qualquer punição ao indivíduo (a) lesado (a) ou à sala que presenciou o abuso e por isso apenas peço que me esclareçam quanto as ações que nosso corpo diretivo tem a respeito destes assuntos, e quais são os mecanismos de defesa dos (as) alunos (as) perante a tais problemas que infelizmente existem mesmo num curso como o nosso que ensina a não sermos personalistas, não tratarmos as pessoas de formas diferentes e a não mudarmos as “leis” para nos auto-favorecer.

Como devemos proceder quando um (a) professor (a), após uma indagação de um aluno vira-se e diz:

- Eu sou o professor, e EU dou as notas!

- 10% de cada sala é feita de gênios e estes eu faço questão de ajudar, 80% de pessoas medianas e 10% de lixo e eu faço questão de reprovar.

Acredito que tenha deixado claro que o problema ocorreu com um (a) professor (a) em especial e peço desculpas aos demais por tê-los adicionado a tal discussão, entretanto o fiz como uma forma de publicizar o ato e criar uma discussão que agregue valor ao curso e ajude a fortalecer as diretrizes que devemos seguir no futuro:

- personalismo X impessoalidade ?

- discricionariedade X igualdade + legalidade ?

- abuso de poder X moralidade + eficiência + legalidade + impessoalidade + publicidade ?

Tais indagações já percorreram diversas listas e até constituiram uma Carta redigida pela sala da manhã atualmente no 8º semestre, disseminada entre as salas, porém mais uma vez vêm à tona por continuar ocorrendo. É bem triste.

Obrigada.


==============.

Resposta dada por:

Prof. José Renato de Campos Araújo
Coordenador de Curso
Gestão de Políticas Públicas
Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH)
Universidade de São Paulo (USP)
55 11 3091.8115
skype: jrenato.araujo

Boa Noite, XXXXX.

Começo agradecendo sua mensagem, pois dado sua gravidade é ótimo que talsituação seja colocada em público, pois tratarmos tal questão em recintosfechados muitas vezes não geram resultados, e desde a carta redigida pelos alunos há mais ou menos 1 ano a minha posição foi muitoclara. Estou aberto a receber todo e qualquer aluno, ou grupo, quetenha se sentido lesado ou agredido, até pq por força do cargo decoordenador sou obrigado a tomar providências.

Naquele momento, qdo recebi a carta dos alunos dirigi-me a todo corpodocente, mesmo sabendo que nem todos se relacionavam com o problema, esolicitei ações para regularizarmos os procedimentos de correção deprova, lançamento de notas no sistema Júpiter e, principalmente,divulgação de todas avaliações para os alunos. Pessoalmente localizeios casos mais graves e urgentes e conversei pessoalmente com cadacolega diretamente envolvido com o atraso de notas e divulgação dosresultados. Estou ciente que nem todos problemas foram 100% sanados, econtinuo agindo para resolver tais pendências, mas também é inegávelque houve uma mudança significativa neste tipo de problema.
Mas agora sua mensagem vem tratar de assunto que não apareceradiretamente naquela carta e na conversa que tive pessoalmente com aturma signatária de tal documento. Pois agora a situação é bastantediferente, pois sua msg levanta questões relacionados ao desrespeito eagressões contra alunos.

Sinceramente, é a primeira vez que sou alertado que haja casos de "abuso de poder em sala de aula; superexposição de alunos (as) duranteas aulas (buyling);", e mais uma vez vou colocar a minha posição (que éa mesma que disse pessoalmente a todos alunos no ano passado), pois sema qual vejo-me com as mãos amarradas; já que um coordenador não podetrabalhar e agir, em casos como este, sem saber concretamente quais sãoas pessoas envolvidas.

Não posso acusar 22 professores de abuso de poder em sala de aula, e muito menos acusá-los de superexposição de alunos durante suas aulas. Em tempo, neste ponto é necessário fazer um reparo em sua msg, pois numa rápida pesquisa podemos constatar que o fenômeno do Bullying não se aplica exatamente a este caso.

Portanto, solicito que os alunos afetados ou aqueles que presenciaram tais situações que me procurem pessoalmente, ou até mesmo por e-mailpessoal (e não público), para nominar os episódios e os envolvidos.Logicamente que com isso respondo uma de suas indagações; não hánenhuma possibilidade de haver retaliação posterior, uma vez que emcasos delicados como esse as pessoas são preservadas. Este é o papel dacoordenação, e já agi dezenas de vezes em muitos episódios similares(não tão graves), que logicamente não foram expostos ao público.Lembro aos alunos que além da coordenação de curso a USP mantêm outroscanais para receber denúncias deste tipo, e a própria direção da EACHestá aberta a receber e tratar este tipo de assunto, o qualinfelizmente não deveria existir em IES, mas são muito mais comuns doque gostaríamos.
Para casos mais extremos
,como este parece ser, a USP mantêm uma ouvidoria
(http://www4.usp.br/index.php/ouvidoria) que tem por uma de suas funções acionar a Comissão de Ética da USP para casos que firam o código de ética de nossa universidade (http://www.usp.br/leginf/resol/r4871m.htm). Mas deixo claro que a primeira instância é a coordenação de curso, e de nada adiantará acionar instâncias superiores na EACH (como a diretoria e a Comissão deGraduação), bem como os órgãos centrais da USP (ouvidoria e Comissão deÉtica), sem acionar de maneira formal a primeira instância, pois necessariamente serei consultado por qualquer instância superior pararelatar quais medidas concretas foram tomadas pela coordenação, ou asrazões de alguma inação em caso de termos ciência de algum problema enenhuma medida ter sido estabelecida para sua elucidação.
Bem, termino por aqui, ficando a sua inteira disposição para uma conversa pessoal, para a qual é somente indicar uma data para nossoencontro na EACH, e dizendo que além de vc estou aberto a qq outroaluno, como sempre estive, para uma conversa sobre problemas em nossocurso, para os quais sempre busco maneiras de solucioná-los.
No aguardo de sua resposta.

Abs; Zé Renato

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