quinta-feira, 11 de junho de 2009

USP - EACH. Sociedade, Meio Ambiente e Cidadania - Professora Cristina Adams.

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ARTES, CIÊNCIA E HUMANIDADE

CICLO BÁSICO



Tema: Impactos do Reflorestamento


Caio Vinicius Martins da Silveira

Cinthia Granja Silva

Gabriela dos Santos Rodrigues

Ildeu Basílio Pereira

Raquel Sobral Nonato

Rennan Santos Pamplona

Ricardo Aurélio dos Santos




Ciclo Básico - Sociedade, Meio Ambiente e Cidadania

Professora Cristina Adams

2º Semestre – 20008






São Paulo, outubro de 2008.



Módulo 2- Impactos do Reflorestamento por eucaliptos



Devido a limitação existente na oferta de bibliografia, acerca da maior parte das pressões e pela própria característica deste módulo da pesquisa, nos limitamos as seguintes pressões relativas ao reflorestamento: uso de agrotóxicos, plantio de árvores exóticas e consumo de água. Estas pressões são preponderantes por serem comumente observadas e por serem aquelas mais visíveis de uma paisagem. Boa parte desses problemas estão relacionados a um certo grau de desinformação e manipulação inadequada por parte dos trabalhadores responsáveis pelo replantio de árvores.

Destas pressões provêm os seguintes impactos: desgaste do solo, redução da biodiversidade, recuperação de áreas degradadas e alteração na cadeia alimentar das espécies locais; bioacumulação, contaminação humana por conta do uso inadequado de agrotóxicos, competição pela água entre espécies nativas e exóticas,

estresse da vegetação e contaminação da água; retirada de água do lençol freático.

Após análise destes, baseado na bibliografia existente, fora preenchida a tabela/matriz de avaliação, a qual indicou o nível de relevância de cada um daqueles impactos, sobressaindo-se os seguintes: bioacumulação, redução da biodiversidade e alteração da cadeia alimentar. A seguir examinamos estes principais impactos.

Quando alguns fatores no ecossistema são afetados, toda a cadeia alimentar que está inserida nele também sofre alterações. O que se pode, claramente, identificar na ação de retirada da vegetação nativa e replantio de árvores exóticas, onde os fatores do meio ambiente são alterados e a participação dos animais e vegetais inseridos também podem sofrer mudanças.

Quando as arvores são retiradas está se excluindo ou diminuindo esse elemento da cadeia alimentar, o que contribuem para maiores alterações. Os fatores como aumento da luminosidade, mudança no fluxo de ventos e chuvas, causados pela retirada de árvores, influenciam na mudança do clima e do solo da região, o que, também, pode ser sentido pelos seres vivos que habitam a região e participam da cadeia alimentar.

Com todas estas alterações em voga, muitas fases da cadeia alimentar são comprometidas, pois uma alteração sempre poderá acarretar em várias outras. Nesse sentido, uma das causas resultantes, e mais impactantes, são as migrações de espécies. Pois, dessa forma, seus predadores ficam com um déficit em sua alimentação, o que deve implicar em mudanças nos hábitos alimentares ou até mesmo em morte destes animais, podendo resultar em redução de outra espécie, e assim sucessivamente nos diferentes níveis tróficos.

Por outro lado uma determinada espécie pouco afetada pelo efeitos diretos e indiretos de tais impactos teria sua população exponencialmente aumentada, causando ainda mais impactos e tornando instável, por um determinado período, a cadeia alimentar. Há ainda os efeitos negativos causados por alterações nos hábitos alimentares de espécies predadoras, podendo alterar o ciclo que envolve toda a cadeia alimentar a qual esta espécie está inserida.

Com efeito, podemos ver assim que a influência acarretada em uma cadeia alimentar decorrente da ação de reflorestamento é bastante significante, e que ocorre com mudanças lineares intrinsecamente ligadas. Da mesma forma os impactos no que concerne à biodiversidade, em relação ao reflorestamento com base em apenas uma cultura, por exemplo o eucalipto ou qualquer outra, são significativamente relevantes.

Uma monocultura, obviamente, traz consigo um número muito pequeno de espécies, já que a espécie artificialmente dominante reduz o espaço que outras ocupariam, dessa forma este impacto se relaciona diretamente com o anterior, redução no número de espécies vegetais implica em redução no número de predadores desta. A redução da biodiversidade, se dá tanto pela tomada abrupta de espaço por uma única espécie, quanto pelas alterações causadas na cadeia alimentar. As implicações da redução da biodiversidade são muitas, entre elas, perigo de dizimação por doenças, redução da fauna, saturação do solo e migração forçada.

Bioacumulação é a designação dada ao aumento da concentração de compostos químicos, como, por exemplo, os pesticidas, em organismos que vivem num ambiente contaminado por uma variedade de substâncias tóxicas. Há uma crescente demanda de produtos providos pelo eucalipto atualmente, o que nos leva a uma também crescente oferta deste. Diante deste fato as indústrias vêem uma grande oportunidade de plantar mais árvores desta espécie, o que nos leva à prática do replantio de espécies comerciais.

Não obstante, o reflorestamento de áreas, muitas vezes, exige o uso de agrotóxicos para que os agricultoresnão tenham perdas de suas plantações, ou seja, cada vez mais, aumenta-se o uso destes produtos químicos, que é, segundo a Convenção de Estocolmo realizada em 2001, uma STP (Substâncias Tóxicas Permanentes). Essas substâncias se mantém no meio ambiente, tanto nos animais como no solo e na água, ademais acumula-se nos organismos dos seres vivos ao longo da cadeia alimentar. Apesar de possuir alta probabilidade de ocorrência, já que o uso de tais produtos é muito difundido no mundo inteiro, os efeitos dessa bioacumulação serão somente vistos no decorrer do tempo, portanto os impactos são mais intensos a longo prazo. Entretanto, a severidade deste impacto é alta, uma vez que se trata de algo cumulativo, ou seja, conforme vai passando o tempo, e quanto mais alto o nível trófico, mais as espécies vão sofrendo contaminação, causando a intoxicação em rede e até mesmo alterações no material genético (Almeida; 2007) .

Apesar do problema de bioacumulação de STP ocorrer no mundo inteiro é algo mais impactante em países de grande biodiversidade como o Brasil e com muitas áreas ainda florestadas. Além disso a bioacumulação costuma delimitar-se a um local, já que é difícil a cadeia alimentar de uma região alcançar outra.





Bibliografia:

Estresse da vegetação - Recuperação de áreas degradadas



Bioacumulação

  • ALMEIDA, Fernanda V. et al . Substâncias tóxicas persistentes (STP) no Brasil. Quím. Nova , São Paulo, v. 30, n. 8, 2007 . Disponível em: . Acesso em: 21 2008. doi: 10.1590/S0100-40422007000800033.


Retirada de água do lençol freático

  • ALMEIDA, Auro Campi de; SOARES, João Vianei. Comparação entre uso de água em plantações de Eucalyptus grandis e floresta ombrófila densa (Mata Atlântica) na costa leste do Brasil. Rev. Árvore , Viçosa, v. 27, n. 2, 2003 . Disponível em: . Acesso em: 21 2008. doi: 10.1590/S0100-67622003000200006


Desgaste do solo


  • Neves, P. Ivo, dossiê técnico, dísponível em: http://sbrtv1.ibict.br/upload/dossies/sbrtv-dossie181.pdf


Biodiversidade – Alteração da cadeia alimentar


  • Enciclopedia do Estudante, vol. 1 – Ecologia – Editora Moderna


Competição pela água entre espécies nativas e exóticas


  • GOMES, João Bosco Vasconcellos et al . Aptidão para reflorestamento das sub-bacias dos canais do Mangue e do Cunha, município do Rio de Janeiro. Rev. Bras. Ciênc. Solo , Viçosa , v. 29, n. 3, 2005 . Disponível em: . Acesso em: 22 2008. doi: 10.1590/S0100-06832005000300016.




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Universidade de São Paulo – USP Escola de Artes, Ciências e Humanidades – EACH Disciplina: Sociedade, Meio Ambiente e Cidadania – SMC Prof. Cristina Adams e Sandra Harumi Fukurozaki
Turma: 42 – Grupo 5 – Caio, Cinthia, Gabriela, Ildeu, Raquel, Rennan e Ricardo
Tema:

TABELA DE AVALIAÇÃO DOS POTENCIAIS IMPACTOS
Aspectos ambiental Potencial Impacto Probabilidade Severidade Limite Regulatório Significância
Plantio de árvores exóticas Redução da biodiversidade 5 5 3 3 225

Desgaste do solo 4 4 1 5 80

Recuperação de áreas degradadas 2 4 1 4 32

Alteração da cadeia alimentar das espécies locais 5 4 3 3 180
Uso de agrotóxicos Bioacumulação de STP 3 5 4 5 300

Contaminação humana por conta do uso inadequado de agrotóxicos 4 4 2 5 160

Estresse da vegetação 2 4 1 4 32
Consumo de água Retirada de água do lençol freático 3 3 3 1 27

Competição pela água entre espécies nativas e exóticas 3 4 3 1 36

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