terça-feira, 30 de junho de 2009

RESENHA DO MANIFESTO DO PARTIDO COMUNISTA - Bruno Martinelli

Universidade de São Paulo
Escola de Artes, Ciências e Humanidades
Gestão de Políticas Públicas - Introdução ao Estudo de Políticas Públicas I

Profª. Drª. Marta Maria Assumpção Rodrigues

Nome: Bruno Martinelli – (Matutino) – 10/03/2009

Resenha do Manifesto do Partido Comunista – Aula I

O panfleto comunista de autoria de Karl Marx e Friedrich Engels foi publicado pela primeira vez em 1848, quando a Europa passava por uma grande turbulência social em meio a Revolução Industrial. Sua integridade foi assumida pela Liga dos Comunistas, formada por exilados alemães. Este documento, dada as condições na qual os proletariados viviam, serviu de motivação para muitos movimentos sociais e revolucionários daquele período, embora passado mais de um século ele ainda não perdeu seu valor e permanece atual em alguns aspectos.

O Manifesto é dividido em quatro partes, precedidas pelo "Prefácio", que tem como objetivo, conforme o local de publicação, adaptar o panfleto a realidade de forma crítica ao leitor, e por uma breve introdução. O texto é sempre voltado para a classe operária, tendo em vista servir de propaganda para nova idéia política: o comunismo.

Depois, em "Burgueses e Proletários", os autores analisaram as relações entre essas classes vigentes, ou seja, a classe oprimida e a opressora, respectivamente. Acreditavam que "a história de todas as sociedades que existiram até hoje é a história de luta de classes", sendo que a época em que viviam era a "época da burguesia".

Consideraram a burguesia fundamental para desenvolver a humanidade, revolucionária e destruidora de "todas as relações feudais, patriarcais, idílicas", além de que, para poder existir, também alterou as relações e instrumentos de produção tendo como conseqüência a modificação das relações sociais e a criação da classe proletária, composta de populações do campo que vieram às cidades para vender sua força de trabalho na indústria para suprir a necessidade de produção, consumo e acumulação de riqueza do sistema capitalista. Estas pessoas eram extremamente exploradas em longos turnos de trabalho e viviam em péssimas condições. Segundo os autores, era necessário uma revolução contra a burguesia.

Marx e Engels acreditavam que a força da revolução estava somente nos proletários e que as outras classes intermediárias iam diluindo-se conforme o tempo. A burguesia fazia "armas contra si mesma" quando os membros desta, "rebaixados" a proletários, forneciam para a classe oprimida elementos de sua própria educação. Isso ajudou muito no aumento do nível argumentativo proletário.

Os autores criticaram ferozmente os costumes, valores e instituições burguesas na terceira parte do documento ("Proletários e Comunistas"), além de defenderem-se de críticas. Um bom exemplo disto é a instituição do casamento: "O casamento burguês é, na realidade, a comunidade das mulheres casadas. Portanto, no máximo seria possível acusar os comunistas por desejarem substituir uma comunidade de mulheres hipocritamente dissimulada por outra comunidade franca e oficial". De fato, naquela época, o papel exercido pelas mulheres burguesas casadas era muito inferior ao atual, isso evoluiu muito de lá para cá e talvez este argumento contra o casamento não seja tão válido nos dias atuais. Além disso, são criticados outros valores burgueses, as nações e a propriedade, além de considerarem que "o primeiro passo na revolução operária é a elevação do proletariado à classe dominante, a conquista da democracia".

No final dessa parte são citadas medidas que podem ser aplicadas nos países mais avançados para quando os proletários dominarem a máquina do Estado. Entre elas está a idéia de: "Educação pública e gratuita de todas as crianças. Eliminação do trabalho das crianças nas fábricas em sua forma atual. Combinação da educação com a produção material, etc". Isso mostra que embora a revolução não tenha ocorrido de fato, este manifesto já vinha com idéias na luta pelos direitos conquistados que sobrevivem até hoje.

A penúltima parte, "Literatura socialista e comunista", faz enormes críticas a várias correntes socialistas existentes naquela época. Classificaram o socialismo feudal, o socialismo pequeno-burguês e o socialismo alemão ou "verdadeiro" socialismo como reacionários e não defensores do verdadeiro interesse da classe proletária. O feudal , por exemplo, era fruto da aristocracia feudal e, segundo os autores, não poderia ser legítimo.

Contestaram também o socialismo conservador ou burguês, considerando que ele serve para "fazer a classe operária perder o gosto por todo o movimento revolucionário, demonstrando-lhe que não seria essa ou aquela transformação política que poderia beneficiá-la, mas apenas uma transformação das condições materiais de existência, das relações econômicas.".

Por fim, criticaram o socialismo e o comunismo crítico-utópicos, com o principal argumento de que não é possível fazer uma revolução operária sem a luta armada, além de que a teoria trata da "descrição fantástica da sociedade futura, feita numa época em que o proletariado é ainda muito pouco desenvolvido e tem apenas uma concepção fantástica de sua própria posição (...)".

O Manifesto é finalizado em "Posição dos comunistas diante dos diversos partidos de oposição" , onde os autores incitam uma posição firme do movimento comunista perante a oposição e finaliza pedindo a união de todos os proletários do mundo. Embora princípios contidos neste manifesto não tenham sido aplicados de fato, foram de suma importância para a análise e reflexão daquela sociedade dada pelos autores em relação às sociedades posteriores, servindo muitas vezes não para a tomada de algum poder por parte dos proletários ou sindicatos, mas auxiliando nos diálogos que possibilitaram e possibilitam maiores conquistas de direitos para as classes menos favorecidas.

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