Até Mais
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Vinicius Felix
Represente Discente GPP - 2010/2011
CHAPA "GPP AUTÔNOMO, PARTICIPATIVO E ATIVISTA"
Candidados: Jorge Machado (coordenador)
Eduardo Caldas (suplente de coordenador)
Conheça e participe de nosso programa colaborativo
http://www.gpopai.usp.br/wiki/index.php/GPP2011
Apresentação dos candidatos
Sociólogo, graduado na USP em Ciências Sociais, possui Diploma de Estudos Avanzados en Políticas Públicas e doutorado em Sociologia pela Universidade de Granada, Espanha. Recebeu, em 2006, o prêmio da International Sociological Association (ISA) por ser autor do melhor paper em língua portuguesa
("Movimentos Sociais e Ativismo em Rede").
Na graduação, foi ativista do movimento estudantil, diretor do CentroAcadêmico de Ciências Sociais (CEUPES), por diversas vezes delegado do curso nos congressos da UEE e UNE e ativista do movimento nacional de Casas de Estudante - Foi morador do CRUSP e diretor da Associação dos Moradores (AMORCRUSP).
É professor da EACH desde 2005, sendo responsável pelas disciplinas "Sociedades Complexas, Multiculturalismo e Direitos" e "Políticas Públicas e Sociedade da Informação". Como pesquisador, desenvolve suas atividade no Grupo de Estudos em Políticas Públicas de Acesso à Informação (GPOPAI ) atuando nas área de acesso ao conhecimento, direitos autorais e política cientifica com projetos financiados pelo Ministério da Cultura (MinC) e Fundação Ford. Participou ativamente da confecção de documentos que são referência acadêmica e política como "Carta de La Paz", de acesso à informação, de 2007; "Carta aberta à comunidade científica e ao CNTBio ", que pediu transparência e contra as liberações suspeitas de transgênicos, "Carta de São Paulo de Acesso Aberto" (2006) e "Carta de São Paulo de Acesso à bens Culturais" (2009) - como resultado do
rodada em São Paulo do Fórum Nacional do Direito Autoral, organizado pelo MinC em parceria com o GPOPAI/USP).
Está envolvido em projeto de extensão relacionado com compartilhamento cultural e gestão comunitária - Projeto "Reserva Cultural". É firme defensor da universidade democrática e republicana. Filiado à ADUSP, apoiou e participou das assembléias e dos movimentos de ocupação da Reitoria (em 2007 e 2009) e desde sempre
participa de abaixo-assinados e petições solidárias aos movimentos dos funcionários e alunos e por mais democracia na universidade.
Palavra aos alunos
Vim da escola pública. De família simples, cheguei em São Paulo com bastante esforço para estudar na USP. Se não fosse as políticas de apoio como moradia estudantil e bolsas de trabalho e estudo, dificilmente chegaria até aqui. Por isso, tenho grande sensibilidade as demandas estudantis. Tenho também plena consciência da importância do papel da Estado para uma educação pública de qualidade e acessível à população.
Desde meu ingresso na USP como aluno e, depois, como professor da EACH, envolvi-me em ações contra o autoritarismo instalado na universidade. Tenho a satisfação de ter sido junto com outros colegas protagonistas da ampliação de nossa COC em 2006, quando arriscamo-nos para defender nossos idéias de uma universidade democrática e participativa.
As experiências adquiridas ao longa da vida estudantil e como professor universitário mostraramme o quão importante é assumir um posicionamento ativo em questões que envolvem o interesse público e o bem-estar coletivo. Na universidade é de suma importância trabalhar pelo fortalecimento da democracia, da participação da comunidade no processo político e deliberativo, assim como por uma maior transparência. Nesse sentido, há muito o que fazer na USP e mesmo na EACH. Uma vez coordenador, farei uso dessa privilegiada posição para defender os princípios e valores expressos em nosso programa colaborativo..
Creio que não são as funções gerenciais e administrativas as mais importantes de um coordenador, mas sim as políticas. Acredito que o desejo de mudança social deve estar aliado ao conhecimento e presente nas nossas práticas cotidianas. Acredito que o curso de GPP, não deve apenas formar gestores, administradores ou tecnocratas. Muito mais do que isso, deve ser capaz de gerar cidadãos ativos, plenamente capazes de transformar com entusiasmo e disposição seu entorno político e social e de defender em suas ações os valores da justiça, a igualdade, a tolerância e a defesa dos direitos humanos, sempre lembrando do respeito à nossa casa maior e habitação coletiva de todos nós, a Mãe Terra.
Peço aos estudantes que "ocupem a reitoria que está dentro de vocês" e desalojem o pequeno rei egoísta que existe lá dentro. Como dizia Tolstoi, "Antes de mudar o mundo, mude a si mesmo". Que a mudança da coordenação do curso sirva como um pequeno exemplo de renovação, de esperança, de aprofundamento da democracia na universidade. Que outras COCs ampliadas surjam, que a elaboração de programas de gestão abertos e colaborativos se torne uma praxe na política universitária. Que o diálogo no campo das idéias nos ajude a superar as diferenças hierárquicas, sociais, de gênero, geração e outras que existem. Desta forma superaremos também juntos os conflitos e ansiedades que muitas vezes nos separam.
Que a universidade derrube seus muros visíveis e invisíveis. Que os problemas e carências sociais sejam cada vez mais objeto de nossa cuidadosa atenção. Que trabalhemos para melhor superar nossas contradições. Não faz sentido termos na universidade grandes especialistas em estudos do trabalho, ao mesmo tempo que tratemos tão mal nossos trabalhadores e acolhamos mão-de-obra terceirizada, precária e parcamente remunerada em nossa casa. É inaceitável que tenhamos notáveis arquitetos e urbanistas e vivamos cercados de favelas, repletas de miseráveis habitações.
É incompreensível que mesmo com grandes especialistas em meio ambiente, tenhamos construído um campus com o solo contaminado, inadequado à ocupação humana. É surpreendente que tenhamos tantos estudiosos dos regimes democráticos e que tenhamos que lutar com unhas e dentes na universidade por migalhas de democracia. É inaceitável que tenhamos grandes juristas, enquanto não conseguimos fazer com que princípios constitucionais valham mais que rústicos regimentos e portarias. Se vivemos cotidianamente sob essas flagrantes contradições, como podemos crer que as funções de coordenação são meramente administrativas e gerenciais? Cito 2 aqui a minha querida colega professora Bete Franco, ao criticar publicamente na lista dos professores a falta de democracia e o individualismo na USP:
"Nossos problemas tem resolução: matamos os cachorros, acabamos com o Ciclo Básico, transformamos obstetrícia em enfermagem, fechamos o bandejão e importamos ração da NASA, pedimos auxilio-pesquisa e enviamos cada entrevistado do Pantanal [favela] de volta para o nordeste, não realizamos consultas (e, óbvio, muito menos eleições), eliminamos todos os colegiados... Assim viveremos felizes para sempre, com nossa grande capacidade relacional e profundidade analítica sobre a complexidade dos fenômenos, debruçados sobre
nosso computador e artigos Qualis Internacional A... Até o dia em que partiremos para o fundo da terra em caixão de luxo da intelectualidade USP abraçados com a solidão do nosso qualificadíssimo currículo Lattes."
Como coordenador, continuarei me posicionando-me aberta e claramente - ainda que essa posição seja pessoal e não da COC - a favor de movimentos como os que levaram à ocupações da Reitoria, participando das assembléias, respeitando e seguindo as decisões democráticas da minha categoria e exercitando o direito de greve - tão atacado nesta universidade - sempre que necessário. Não compactuarei com nenhuma forma de assédio moral, seja contra funcionários, professores ou estudantes. Tampouco com decretos estaduais que ferem a autonomia universitária e muito menos com qualquer forma ocupação militar no campus. Da mesma forma coloco-me publicamente em oposição aos decretos do regime militar vergonhosamente usados para perseguir
estudantes, assim como oponho-me as demissões sumárias contra nossos colegas trabalhadores ocorridas em janeiro . Como ex-ativista do movimento estudantil, defendo também a ampliação dos espaços físicos e políticos a nossos alunos, assim como o amplo reconhecimento de suas entidades representativas.
Acredito firmemente no diálogo, no convencimento, na desobediência civil pacífica e no poder de mobilização da ação coletiva. Uma vez coordenador, dialogarei com todos e levarei adiante a defesa de uma universidade democrática, comprometida com a mudança na realidade social e engajada para construir uma sociedade mais justa e mais humana.
Agradeço aos colegas professores e alunos que estimularam a me candidatar junto com o estimado professor Eduardo Caldas, que me honra muito ter ao meu lado. É com muito respeito e estima que apresento a vocês nossa candidatura, esperando contar com vossa participação e apoio.
Obrigado.
Jorge
Professor Dr. Eduardo Caldas
Economista, graduado na FEA-USP. Também iniciou o curso de Ciências Sociais na USP onde foi diretor do
Centro Acadêmico de Ciências Sociais (CEUPES).
Fez mestrado em Administração Pública e Governo na FGV (concluído em 2002) e em Ciência Política na
FFLCH-USP (concluído em 2003). Fez doutorado em Ciência Política na FFLCH-USP (concluído em 2008).
Foi militante da Pastoral da Juventude e da Pastoral de Fé e Política. Trabalhou no Instituto Polis, entre 2001
e 2007. Foi membro fundador do Centro de Estudos e Pesquisas em Políticas Sociais (CEPPS). Em 2004, foi
3candidato a prefeito pelo Partido Verde em Suzano. Em 2006 foi coordenador do Centro de Integração da Cidadania no Estado de São Paulo. Em 2009 foi Secretário de Educação em Suzano. É professor da EACH desde 2008, sendo responsável pelas disciplinas de Governança das Organizações Públicas e Gestão de Recursos Humanos. Criou e revisou disciplinas optativas diretamente relacionadas com temas de seu interesse (Poder e Desenvolvimento Local e Desenvolvimento Sustentável) junto com os professores Cabral e Vaz.
Está envolvido com projetos de Extensão relacionados com Tecnologia Apropriada e Desenvolvimento Sustentável, tais como “Da Pedagogia à Tecnologia” e “Programa USP Recicla”, entre outros.
Palavra aos alunos
Caríssimos:
Como candidato a suplente de coordenador na chapa do professor Jorge Machado, eu gostaria de me apresentar.
Nasci em Suzano, município da Região do Alto Tietê (Cabeceira), município da Zona Leste. Município próximo a nós da EACH. Eu nasci em 1973. Sou filho dos professores e livreiros Paulo e Clarice Caldas. Sempre estudei em Escola Pública, desde a Educação Infantil. Assim, seja na condição de filho de educadores, seja na condição de quem usufruiu do sistema público de educação, sou ferrenho defensor da Educação Pública Gratuita e Universal.
No final dos anos 80 e início dos anos 90, participei ativamente da articulação do movimento estudantil em Suzano e, na companhia de colegas dos municípios de Americana e Guarulhos, tive a oportunidade de me envolver com a realização do Congresso da UPES em Bauru e com a articulação do movimento estudantil no Estado de São Paulo.
Depois, tornei-me usuário diário do “trenzão”. Este nosso trem de cada dia. É verdade que usava a outra linha. A linha que sai de Mogi das Cruzes e ia até o Brás. Na FEA e na FFLCH me envolvi com a edição e editoração das Revistas dos Estudantes e participava dos debates e das reuniões promovidas pelos Centros Acadêmicos. No curso de Ciências Sociais, tornei-me diretor do Centro Acadêmico (CEUPES).
Fiz mestrado, doutorado, trabalhei em ONG, fundei um Centro de Pesquisa, auxiliei na construção de partido, de movimento e fui gestor de políticas públicas no âmbito estadual e municipal.
As experiências seja como membro de uma ONG como o Instituto Polis, ou de uma ONG como o CEPPS, seja como gestor de programa estadual ou como gestor de uma Secretaria Municipal de Educação com 25 mil alunos e mais de 2 mil servidores, seja como militante estudantil, ou como membro das Pastorais da Juventude e de Fé e Política, seja como professor universitário, no exercício da docência, na realização de pesquisas ou no fazer diário das extensões universitárias, mostraram-me a importância de saber aplicar ferramentas de gestão; mas mostraram-me mais ainda que as ferramentas sempre estiveram e estarão à disposição de qualquer um, de tal modo que o mais importante, portanto, é saber escolher as ferramentas e usa-las a serviço de propósitos pré-definidos. Então, o aprendizado mais importante foi o de compreender que os tais propósitos são definidos politicamente. É preciso ter posição. É preciso ter coragem de contrariar interesses. É preciso ter serenidade para rever posições. É preciso ter disposição para ouvir, sempre.
Na condição de suplente do professor Jorge Machado buscarei, como o faço neste processo de apresentação das candidaturas e das propostas, ser um leal colaborador.
A Coordenação de Curso é importante do ponto de vista gerencial, do ponto de vista administrativo, do ponto de vista gestor; mas é infinitamente mais importante do ponto de vista da representação. E nosso representante neste processo é o Professor Jorge Machado, a quem me aliei por acreditar em sua história, sua trajetória, suas lutas e suas propostas. Me aliei por ver no Jorge um colega que é afável no trato e firme em suas decisões. É disso que nosso curso precisa.
Encerro, agradecendo aos colegas professores e aos alunos que estimularam a chapa composta pelo Jorge e por mim. Peço apoio, voto e conto com a colaboração de cada professor e aluno.
Obrigado.
Abraços.
Eduardo.
Fonte:
http://www.gpopai.usp.br/wiki/index.php/GPP2011
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