Terreno invadido fica no Parque Ecológico do Tietê, na Zona Leste.
Órgão que administra terreno afirma que área é de proteção ambiental.

Na última quinta-feira (4), foram destruídas as paredes de oito moradias que começavam a ser levantadas. Alguns alunos filmaram e tiraram fotos da ação, que contou com a participação de policiais militares e de funcionários do Parque Ecológico do Tietê, que faz parte do Parque Várzeas do Tietê, administrado pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE).
“Não tínhamos como ficar indiferentes ao drama dessas famílias”, disse a estudante Larissa D’Alkimim. Os alunos levantaram recursos por meio dos centros acadêmicos para colaborar com os desabrigados. “A rifa de um notebook é para conseguir minimamente levantar recursos para repor os gastos com material que foi perdido”, disse o estudante Leandro Teodoro Ferreira. “Nossa luta é para tentar inseri-los em programas sociais, que possam contribuir para que eles consigam habitar em locais adequados”, afirmou Ferreira.
A rifa, que tem 500 números, começou a ser vendida nesta segunda-feira (8). Cada número custa R$ 5. Os interessados em colaborar podem visitar o site atualizado pelos estudantes (http://espacodosestudantes.wordpress.com/). O resultado da rifa será divulgado no dia 4 de dezembro.

sendo construída (Foto: Letícia Macedo/G1)
Nesta segunda-feira (8), as famílias estavam desoladas. “A gente tem até o dia 28 para sair da casa onde a gente está, que é alugada. Estou até doente de pensar nisso”, afirmou a faxineira Maria Cristina Barros, que é mãe de três filhos. O marido, o pedreiro Cícero dos Santos, natural de Garanhuns (PE), está em São Paulo há nove meses. Ele tinha investido R$ 690 na empreitada apesar da falta do título de propriedade do terreno e da falta de garantia sobre a viabilidade da ocupação. “Já tinha uns oito dias que estava trabalhando quando vieram derrubar. Uma parte do dinheiro a gente tinha economizado. A outra foi fiado mesmo”, disse Cícero.

para alugar (Foto: Letícia Macedo/G1)
Outro lado
A região onde as famílias tentavam se instalar é uma área de proteção ambiental e, por isso, não pode ser ocupada. De acordo com a assessoria de imprensa do DAEE, a ordem da administração do Parque Várzeas do Tietê, ao qual pertence o Parque Ecológico do Tietê, era de conter a invasão e que tem autonomia para empreender ações de contenção de invasão.
A assessoria de imprensa diz ainda que o córrego, como outros que fazem parte do parque, está passando por um processo de recuperação em toda a sua extensão, pois se trata de área contaminada por esgoto e lixo. Uma das iniciativas será plantar mudas de plantas nativas da Mata Atlântica na região, segundo o DAEE, que não sabe informar quando a obra será concluída.
A Polícia Militar foi procurada pelo G1 para comentar sobre a desocupação, mas não deu resposta.
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