Alunos ameaçam parar a USP Leste
Estudantes do campus Leste da Universidade de São Paulo querem parar na próxima quinta em protesto a possível extinção de vagas
O campus Leste da Universidade de São Paulo (USP) está em polvorosa. Um relatório chamado "Estudo das Potencialidades, Revisão e Remanejamento de Vagas nos Cursos de Graduação da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP" vazou para os alunos, há duas semanas, e vem provocando protestos entre os estudantes. O relatório sugere o remanejo e a extinção de vagas em alguns cursos e a fusão do curso de obstetrícia com o de enfermagem.
No estudo, são citados como motivos para a extinção do curso de obstetrícia o fato de que o diploma não é reconhecido pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e que há baixa procura pelas vagas. A coordenadora do curso, a professora Nadia Zanon Narchi, desmente a afirmação. "Há procura sim, e a maioria das 120 vagas está preenchida", falou.
Porém, Nadia admite que a falta de reconhecimento do diploma atrapalha os egressos do curso. "De 90 alunos formados pelo curso, apenas 20 estão empregados, mas o profissional obstetra é fundamental para muitas situações que envolvem a saúde da gestante e para mudar o quadro do Brasil como campeão mundial do número de partos com cirurgia cesárea", afirmou a coordenadora.
Alunos estão organizando uma paralisação para a próxima quinta-feira, dia em que ocorre a reunião do grupo de estudos da diretoria da USP-Leste, que vai continuar o debate sobre os cursos que deverão sofrer mudanças.
Na última quinta-feira, o diretor da USP-Leste, Jorge Boueri, esteve reunido com um grupo de 200 alunos de diversos cursos. Os estudantes exigiram que Boueri assinasse documentos se comprometendo a não diminuir as vagas e dizendo ser contra a extinção do curso de obstetrícia. Ele assinou apenas o que se comprometia a não extinguir o curso que forma obstetrizes.
Porém, alunos do curso estão inseguros em relação ao que vai acontecer. "O diretor não falou se a obstetrícia vai acabar. Não sei nem se vou conseguir me formar", disse Leonor Pinheiro, de 25 anos, que está no quarto ano.
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