19 de maio de 2011 |
O estudante de 4º ano de Ciências Atuariais Felipe Ramos de Paiva, de 24 anos, foi assassinado na noite de ontem no estacionamento da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da Universidade de São Paulo (USP), na Cidade Universitária. Ele foi baleado na cabeça por volta das 21h30, depois de assistir a uma aula de Contabilidade no câmpus do Butantã, na zona oeste de São Paulo.
Segundo amigos do estudante, um guarda universitário ouviu um disparo e correu para o estacionamento da faculdade. Lá, encontrou Paiva já morto perto de seu Passat azul-marinho blindado. Um dos pés do rapaz estava dentro do carro e o resto do corpo, do lado de fora. Ao lado, havia uma chave quebrada, um celular e um óculos.
Testemunhas contaram à polícia que, logo após sair da aula, Felipe foi seguido até o estacionamento.Após abordagem, o estudante entrou em luta corporal com o suposto assaltante. Foi quando o assassino sacou a arma. Felipe ainda tentou entrar no carro blindado para se proteger, mas não deu tempo. Após balear o jovem, o bandido fugiu. O guarda ainda viu um carro grande, como um utilitário, saindo do estacionamento.
Para ele, houve luta corporal, pois a maçaneta do carro do universitário foi quebrada. Há câmeras do local, mas elas não conseguiram flagrar o crime.
Segundo amigos, Felipe morava com a família na região de Pirituba, zona norte, e trabalhava em uma empresa de gestão de fundos e investimentos na Avenida Brigadeiro Faria Lima. Obstinado, sonhava em crescer na vida para poder realizar seu grande sonho: ser piloto de avião. “Ele trabalhava muito, sonhava com isso”, contou a amiga Rebeca Nogueira, de 23 anos, que assistiu à aula de Contabilidade com Felipe. “Não tô acreditando ainda que isso aconteceu.”
Sem saber que Felipe tinha sido o rapaz assassinado, ela chegou a telefonar ontem à noite para a casa dele. A mãe avisou que Felipe ainda não havia chegado. Informados logo depois, pais chegaram ao local às 23h40, visivelmente transtornados. A mãe teve de ser amparada.
A notícia chocou não só estudantes da USP, como internautas em redes sociais. Por volta das 22 horas, o Twitter já trazia centenas de comentários sobre o crime e a falta de segurança na Cidade Universitária. “Cara, eu sempre brincava com esse negócio de toma cuidado no estacionamento da FEA pra não ser sequestrado”, disse um aluno. “Precisa acontecer isso para fazerem algo.”
O 93.º DP, que atende a Cidade Universitária, registrou 4 casos de homicídios e 3 tentativas neste ano – em toda a região, que inclui o Jaguaré. Por outro lado, houve o registro de 285 roubos, 634 furtos e 120 roubos de veículos.
Pedro da Rocha
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