quinta-feira, 8 de abril de 2010

Carta-resposta do Boueri ao editor do Estadão

São Paulo, 07 de abril de 2010.

Ao Editor-Chefe do
Jornal O Estado de S. Paulo

O papel do Grupo Estado e da Família Mesquita no processo de criação e consolidação da Universidade de São Paulo, iniciado antes mesmo de 1934, é notório e sempre foi motivo dos mais altos elogios da sociedade brasileira e de reconhecimento por parte da comunidade acadêmica da USP.

A profissionalização do jornal e da USP foram implementadas visando a adequação aos novos tempos e se constituíram em soluções fundamentais para sua sobrevivência e para o cumprimento de suas missões junto à sociedade.

Vemos com estranheza a publicação sistemática de editoriais deste prestigioso
jornal coincidindo com a véspera das reuniões do Conselho Universitário da USP e gostaríamos de recordar a essa editoria alguns fatos que julgamos relevantes.

Primeiramente, a discussão sobre o plano de expansão de vagas nas universidades estaduais paulistas ocorreu a partir do ano 2000 no governo Mário Covas, com as primeiras verbas orçamentárias disponibilizadas no o ano de 2001, através da emenda conhecida como Emenda Deputado Claury.

A partir de janeiro de 2002, as universidades estaduais elaboraram seus planos
de expansão. A USP trabalhou na viabilidade da criação da unidade na Zona Leste, a Unicamp na criação da unidade em Limeira e a UNESP em diversas unidades espalhadas pelo estado.

A Universidade de São Paulo empreendeu nos anos de 2002 e 2003 o estudo da viabilidade locacional e didática do projeto da criação de uma unidade na Zona Leste da cidade sob o comando da Profa. Dra. Míriam Krasilchick, ex Vice-Reitora da Universidade.

Em 2005 a Escola de Artes, Ciências e Humanidades é inaugurada e se dá o início das aulas nos dez cursos aprovados pelo Conselho Universitário, nove bacharelados e uma licenciatura. O sucesso dos cursos de Marketing, Sistemas de Informação e Têxtil e Moda é evidenciado pelos índices de procura na FUVEST.

A criação da EACH reconhece a longa e coesa luta da Zona Leste por melhores condições para a sua população. Hoje, a inserção na região é palpável, com alterações no entorno e com articulação de transporte de massa pela reformulação da Linha 12 da CPTM. Os estudantes e docentes da EACH cooperam com escolas públicas, indústrias, e com o setor de saúde da região.

No mês de março a Universidade de São Paulo assinou convênio com a Secretaria Estadual de Desenvolvimento para a construção de uma Incubadora Tecnológica e Social, e o credenciamento do Parque Tecnológico da Zona Leste, projetos que tiveram participação decisiva de professores da EACH.

A EACH apresentou em 2009 o maior número de Projetos de Extensão e Cultura na Universidade e conta com o maior Programa da Universidade Aberta à Terceira Idade da USP. Demonstra dessa maneira sua vocação ao contato com a comunidade externa. O Programa PROEXT do Ministério da Cultura aprovou 18 projetos para o Estado de São Paulo, sendo que dos sete contemplados na USP, cinco são de docentes da EACH.
A EACH é um projeto inovador e como tal pensou-se em induzir à inovação com base numa análise da sociedade atual e na que está por vir, pensando-se não apenas em formas para atender, mas também para estimular novas necessidades. Ou seja, pensa-se no mercado de trabalho, mas também em novos tipos de empregos e produções, provocando até mesmo a criação de novos conselhos profissionais. A revisão e atualização dos cursos têm sido constantes desde a criação do campus e os centros decisórios da Universidade têm acompanhado esse processo, conferindo confiança a Escola.

Os cursos de Gerontologia e Obstetrícia vêm se preparando para incorporar as
adaptações que se fazem necessárias, processo comum na Universidade, especialmente em cursos com menor tempo de implantação. A coordenação do curso de Obstetrícia está encaminhando uma proposta de adequação será concluída até o final do mês de abril. Quanto ao curso de Gerontologia, seus docentes decidiram por mudanças e adequações na grade curricular que reverterão na formação de um profissional capaz de produzir conhecimentos gerontológicos e realizar a micro e macro gestão na área. Cabe ressaltar que os egressos deste curso encontram boa inserção no mercado de trabalho e que a importância desse curso já é reconhecida pela sociedade.

O Mestrado em Sistemas Complexos, primeiro Programa de Pós-Graduação da EACH, já iniciou suas aulas. Trata-se de um programa stricto sensu interdisciplinar que servirá de canal de transição para estudantes provenientes das áreas de gestão, saúde e sócio-ambientais com interesse em um treinamento em modelagem quantitativa; e para estudantes provenientes das áreas de matemática, física, computação e engenharia interessados em aplicações sócio-ambientais. Além deste Programa, a EACH já submeteu o pedido de criação de outros programas à Pró-Reitoria de Pós-Graduação, é parceira no Programa de Pós-Graduação em Integração da América Latina e já aceitou o convite para integrar o Programa de Pós-Graduação Interunidades em Estética e História da Arte. A previsão é chegar a mil alunos de pós-graduação nos próximos cinco anos.

A EACH possui grande número de laboratórios didáticos e de pesquisa, tais como os de: têxtil e moda, simulação e observação, softwares especiais, física e saúde, desenvolvimento em recursos didáticos, gastronomia, multidisciplinares (Física/Química), estudos do movimento, terceira idade e de informática. O uso compartilhado das instalações permite a interdisciplinaridade e a colaboração entre várias áreas. Dessa maneira, as áreas do conhecimento englobadas pelos cursos da EACH têm tido suas necessidades supridas com laboratórios apropriados.

A internacionalização é intensa na Escola, com alunos nossos indo para o exterior, e estudantes da Comunidade Européia e da América Latina chegando para intercâmbio. Foram celebrados convênios e nossos professores participam de Congressos no exterior, enquanto alguns já atuam como professores visitantes em Universidades fora do Brasil.

Entendemos que as duas manifestações do editorial do Jornal O Estado de São Paulo, publicadas este ano e relativas à USP Leste, em nada contribuem para o sucesso das atividades da Universidade, tentando apenas induzir ao descrédito da EACH junto à comunidade acadêmica e à sociedade, denotando campanha política neste ano eleitoral.

Este tipo de publicação prejudica o bom andamento dos trabalhos da Escola que no momento empenha-se em proceder às alterações que se fazem necessárias
em seus cursos e dificulta a concretização de parcerias com a sociedade, fundamentais para a constante melhora da Universidade.

O campus do Butantã, criado nos anos 50 e 60, enfrentou, em seus primórdios,
dificuldades muito maiores que as encontradas pela USP Leste. Cinquenta anos depois, esse campus – do Butantã – é um sucesso de plenitude na realização universitária e de presença no mundo.

A presença da USP tem contribuído, cada vez mais, para a mudança de perspectiva sobre as possibilidades de uma vida melhor para a população da Zona Leste de São Paulo, papel reconhecido pela comunidade da Zona Leste e por suas lideranças.

Quanto ao futuro da EACH, nossa meta é ser em 2034, ano do centenário da Universidade, uma das unidades mais produtivas da USP. A EACH continuará buscando uma maior produção em ensino, pesquisa, cultura e extensão, bem como a ampliação do contato com a comunidade da região. Podemos assegurar que a USP Leste continua sendo um projeto inovador, atual e merecedor de todo o crédito por parte da comunidade externa e da Universidade de São Paulo.

Prof. Dr. J Jorge Boueri F
Diretor
Escola de Artes, Ciências e Humanidades
Universidade de São Paulo



Veja o edital do Jornal Estado de S.Paulo e a EACH. Em http://batsilio.blogspot.com/2010/04/jornal-estado-de-spaulo-e-each-mais-do.html


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Resposta do prof. Bouri ao blog do Luis Nassif

De Prof. Dr. J Jorge Boueri F

CCRI – Comissão de Comunicação e Relações Institucionais

Prezado Nassif,

Recentemente foi publicada em seu blog uma carta, assinada por um estudante da EACH (Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP – USP Leste), na qual eram apontadas falhas no funcionamento desta Escola. O texto suscitou uma centena de comentários dos leitores, boa parte deles com queixas referentes a outras unidades de ensino ou à universidade como um todo. Frente a isso, torna-se preciso esclarecer alguns pontos relativos à nossa unidade.

Inaugurada em 2005, a EACH é fruto de um avançado programa didático e de inovação na estrutura universitária, que já apresenta resultados palpáveis à sociedade. Somos a terceira maior unidade da USP em número de estudantes de graduação. A Pós-Graduação ainda está em implantação – as aulas de seu primeiro programa tiveram início esse ano -, mas dentro de poucos anos também deve se tornar uma das maiores da universidade. Trabalham na unidade 241 docentes e 156 funcionários técnico-administrativos, admitidos por concurso público.

As instalações da Escola estão entre as mais significativas da USP, com grande número de laboratórios didáticos e de pesquisa. Há planos de expansão, para atender às necessidades que surgem, e três novos prédios estão em fase de licitação.

A criação da EACH reconhece a longa e coesa luta da Zona Leste por melhores condições para a sua população. Hoje, a inserção na região é visível: a EACH apresentou em 2009 o maior número de Projetos de Extensão e Cultura na Universidade e conta com o maior Programa da Universidade Aberta à Terceira Idade da USP. Os estudantes e docentes da EACH cooperam com escolas públicas, indústrias e com o setor de saúde da região.


O campus do Butantã, criado nos anos 50 e 60, enfrentou, em seus primórdios, dificuldades muito maiores que as encontradas pela USP Leste. Cinquenta anos depois, esse campus – do Butantã – é reconhecido como um sucesso na realização universitária e de presença no mundo.

A EACH continuará buscando uma maior produção em ensino, pesquisa, cultura e extensão, bem como a ampliação do contato com a comunidade da região. Nossa meta é ser em 2034, ano do centenário da Universidade, uma das unidades mais produtivas da USP.

Aproveitamos para convidá-lo para uma visita ao nosso Campus, para que possa verificar que a USP Leste é um projeto inovador, atual e merecedor de todo o crédito por parte da sociedade. Seria um prazer apresentar nossas instalações, nosso corpo docente, e nossas atividades de ensino, pesquisa e extensão.

Prof. Dr. J Jorge Boueri F
Diretor
Escola de Artes, Ciências e Humanidades
Universidade de São Paulo

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Obstetrícia
Carta da Coordenadora do Curso de Obstetrícia ao editor do Estadão (08/abril/2010)

Ao Estado de São Paulo
Em resposta a reportagem do dia 3 de abril de 2010, como coordenadora do curso de Obstetrícia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH/USP), reforço a informação que a USP mantém seu caráter inovador e é considerada uma formadora de profissionais altamente qualificados para inserção no mercado.
Nesse mesmo sentido, o curso de Obstetrícia mantém essa prerrogativa, formando profissionais capacitados para o atendimento à mulher, especialmente no período grávido-puerperal.

O Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (COREN/SP) está judicialmente obrigado a registrar os profissionais formados pelo curso de graduação em Obstetrícia, dando-lhes o direito de trabalhar, já que a Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986 que dispõe sobre a regulamentação do exercício da enfermagem incorpora o profissional obstetriz (Art. 6, parágrafo II).

Ocorre que o próprio COREN/SP, desrespeitando ordens judiciais, vem dificultando a inserção desses profissionais no mercado, recomendando a não contratação dos mesmos nos serviços de Saúde e responsabilizando os responsáveis técnicos dos serviços de saúde quando desrespeitadas as recomendações do conselho. Essa atitude demonstra uma tentativa de reserva profissional de mercado, apesar da legislação favorável ao obstetriz.

A melhoria da assistência obstétrica, prerrogativa para a qual o curso de graduação em Obstetrícia da EACH/USP foi formado e com a qual corrobora, parece não ser o objetivo principal de outras entidades. Infelizmente, uma vez mais, a população se vê prejudicada, deixando de ter acesso a uma equipe de saúde composta por profissionais de alto nível, incluindo nesse contexto os obstetrizes, com o objetivo único de uma melhor assistência obstétrica.


Prof.ª Dr.ª Lucia Cristina Florentino P. da Silva
Coordenadora de Obstetrícia
Escola de Artes, Ciências e Humanidades
Universidade de São Paulo

Link para a matéria sobre o curso de Obstetricia no Estadão.
http://batsilio.blogspot.com/2010/02/sobre-each-no-orkut-usp.html


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