quinta-feira, 17 de maio de 2012

Sobre a espécie Homo Politicus Robert A. Dahl - Léo Spicacci


Leonardo Spicacci Campos - 6410075
Introdução ao Estudo de Políticas Públicas I – Profª.dra. Marta Rodrigues
Resenha
Sobre a espécie Homo Politicus
Robert A. Dahl 
Robert A. Dahl, no texto "Sobre a espécie Homo Politicus", faz uma análise das sociedades democráticas, utilizando para isso a cidade de New Haven, nos EUA, classificando seus cidadãos em duas "espécies": Homo Civicus (homem cívico) Homo Politicus (homem político).
O homem cívico pode ser relacionado ao que, no Brasil, costuma-se chamar de "pacato cidadão", aquele que, para conquistar seus objetivos, dificilmente ou nunca faz uso da atividade política, preferindo usar suas energias no trabalho e em outras "estratégias" mais diretas de satisfazer suas necessidades e desejos. Entretanto, muitas vezes se torna necessário para o homo civicus a participação política direta, como nos casos em que ação governamental pode lhe causar sérios transtornos. Esse suposto interesse do homo civicus na política é, em geral, apenas passageiro, já que este tende a voltar ao seu ritmo de vida habitual após resolvido o problema. Pode-se concluir que a grande maioria da população dos países de democracia representativa pertence à "espécie" homo civicus, já que praticamente só se manifesta politicamente através do voto, como acontece no Brasil.
O homem político é todo aquele que constantemente faz uso da ação política para alcançar seus objetivos. Desse modo, depende diretamente da influência que exerce no homo civicus e em outroshomo politicus. Possui, entretanto, um número limitado de estratégias a sua disposição, visto que deve cuidar-se para não desagradar o homem cívico, na medida em que seu poder é legitimado por ele. Dificilmente uma sociedade terá a maioria de seus habitantes pertencendo à "espécie" homo politicus. Uma exceção é a sociedade da Atenas Clássica e seu sistema democrático participativo (considerando-se aqui apenas os habitantes considerados "cidadãos", ou seja, homens atenienses).
Para exercer sua influência nas outras pessoas, o homem político faz uso de estratégias ou recursos, que variam de sociedade para sociedade. Alguns, entretanto, são relevantes em quase todas elas, como carisma, boa oratória, simpatia, influência ou controle direto dos meios de comunicação ou simplesmente recursos financeiros. A identificação com certos grupos, podendo ser religiosa, étnica ou social, por exemplo, também pode ser um recurso de grande influência para o homem político.
Uma sociedade é tão mais democrática politicamente quanto mais dispersos estiverem esses recursos. Essa afirmação leva a uma reflexão e uma conseqüente crítica sobre como se encontra a democracia brasileira, já que, atualmente, há uma grande concentração de recursos, intimamente relacionada à concentração de renda, na medida em que essa permite o financiamento de grandes campanhas eleitorais e, infelizmente, uma maior influência nos meios de comunicação (supostamente) social. É possível afirmar, portanto, que numa sociedade nos mesmos moldes da brasileira, democracia econômica e política são dois conceitos intimamente relacionados e dependentes, não sendo possível que um seja alcançado plenamente sem a conquista do outro.

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