quinta-feira, 13 de agosto de 2009

PROVA DE SPP - Prof. IGLECIAS - Da globalização à realidade local...


Da globalização à realidade local: Aspectos sobre a crise do regime capitalista contemporâneo 

 
 PROVA DE SPP - WAGNER IGLECIAS - PARA O CURSO DE GPP - TERCEIRO SEMESTRE


Por:  Rafael Prado Celso 6409945 
 Prof: Wagner Tadeu Iglecias 

São Paulo –  SP - Maio, 2009.

Da globalização à realidade local: Aspectos sobre a crise do regime capitalista contemporâneo 

     Globalização... nascida na era dos "descobrimentos" (Séc. XV) e desenvolvida ao longo da Revolução Industrial, este termo tem ganhado maior evidência a partir dos anos 80 sendo caracterizada como "mundialização do capital", devido ao novo regime de acumulação e processos de internacionalização do capital, com características próprias e particulares se comparada com etapas anteriores do desenvolvimento capitalista. (ALVES, 1999)

       Esse novo período capitalista se desenvolve no bojo de uma profunda crise de superprodução (Brenner, 1999 apud Alves) e, com o aprofundamento das relações sociais, econômicas, culturais e políticas ocorridas desde então entre os países do mundo, têm-se hoje, uma rede extremamente dinâmica de mercados que interagem entre si e que estão suscetíveis às flutuações que ocorrem no âmago das relações sociais, econômicas e políticas. (CASTELLS, 1999)

     Desta forma, com o avanço  da crise imobiliária vivenciada pelos EUA e seus impactos em diversos setores da economia, países do mundo começaram a ser impactados pelo "efeito recessão". Este efeito acontece quando há uma grande diminuição no crescimento econômico de uma determinada região ou país. Os resultados são devastadores e incluem a diminuição do salário dos empregados, redução da produção de produtos e serviços, desemprego, etc. (PINA, 2009)

      Como o modelo societal contemporâneo é estruturado em uma rede global que envolve todos os aspectos da sociedade, a forte crise vivenciada pelos EUA, fez com que o setor bancário e empresarial fossem diretamente afetados fazendo com que empresas multinacionais de diversos países também sofressem com a severidade da crise que, nas atuais circunstâncias, afeta principalmente o setor automobilístico, financeiro, construção civil e empresas dependentes de crédito bancário/imobiliário.

       Como resultado, diversas empresas tiveram que fechar suas portas devido ao forte impacto nos negócios, reduzir custos com a demissão de profissionais e diminuição da produção, estabelecer novas políticas de fornecimento com seus fornecedores e receber incentivos do governo para não cessarem suas atividades. Ou seja, o problema tornou-se uma crise sistêmica e integrada. (CASTELLS, 1999)

      Basicamente, a sociedade esta sob efeito de pequenas crises que foram potencializadas devido à hegemonia econômica e social que as grandes potências exercem sobre na teia das relações globais. E, para além dos efeitos globais, todas as classes da sociedade, de alguma forma, são afetadas pelos efeitos da crise. A atual crise capitalista reflete um efeito reacionário aos processos guiados em âmbito global e entre as relações internas dos países. (GRAMSCI, 1978)

      A sociedade, têm estado a mercê da incompetência administrativa exercida pelas grandes hegemonias econômicas. No âmbito local, é possível identificar diversos cidadãos que reclamam ter perdido o emprego devido à tão aclamada "Crise capitalista do séc. XXI". Ainda que inserida em uma "ordem mundial emergente" – os efeitos deste cenário globalizado na sociedade nem sempre compartilham de perspectivas positivas, pois, em suma, os processos de globalização tendem a solapar a capacidade dos Estados para o exercício das funções cruciais de controle e regulação da economia e da sociedade. Desta forma, esta dependência perante aos acontecimentos intergovernamentais fazem com que a capacidade de controle dos Estados seja questionada, e, sua capacidade de ação minimizada devido à dependência externa. (COHEN, 2003)

      Em suma, devido à organização do mercado contemporâneo em blocos integrados, os aspectos econômicos, sociais e inclusive culturais constituem uma rede que dita o curso da sociedade civil no que tece sua estrutura. Desta forma, acontecimentos globais fazem com que os Estados nem sempre exerçam autonomia perante os eventos externos devido à influente hegemonia das potências econômicas, sociais e políticas. A atual crise nada mais é que o efeito desses processos otimizados por um álibi em nível macro político/econômico que exerce influência nas micro esferas dos Estados.  

Referências Bibliográficas: 

ALVES, Giovanni. "Trabalho e Mundialização do capital - A Nova Degradação do Trabalho na Era da Globalização", Editora Praxis, 1999. 

CASTELLS, Manuel. "A sociedade em rede". São Paulo: Paz e Terra, 1999. 

COHENJean."Sociedade civil e globalização: repensando categorias". Dados, v. 46 n. 3, RJ, 2003 

GRAMSCI, Antonio. "Concepção dialética da história". 2ª ed. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1978.

  • PINA, Bernardo. "Entenda a crise econômica que estamos vivendo" - http://www.produzindo.net/entenda-a-crise-economica-que-estamos-vivendo/  - Acesso em : 17/maio/2009
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