Provavelmente esta é a última postagem referente a viagem Brasília - Cidade Constitucional. Hoje, foi o quarto dia que estamos indo e vindo pelo plano piloto, principalmente pela Esplanada do Ministérios. Vou pedir ajudo aos universitários, pois hoje foi tanta palestras e visitas que já esta tudo embaralhado.
Alguém ai já ouviu falar da Interlegis? Creio que não. Como projeto é magnífico, trata-se de um programa vinculado ao congresso nacional e que visa informatizar e ligar as assembeias municipais numa grande rede nacional. O programa, exposto pelo palestrante Luis Fernando num anexo do Congresso, aparentemente seria de grande valia para o aparelhamento e fortalecimento do legislativo em sua função de prestar contas e fiscalizar o executivo. Ainda foi dito em como se pode usar o sistema para aprimorar a Legistica, área do conhecimento que se ocupa de como fazer leis. Pois é notório que nossos legisladores não tem primado muito pela confecção de boas leis. Além de tomar conhecimento desta área do saber, legistica, ficamos sabendo também que 30% das câmaras dos municípios funcionam dentro das prefeituras, o que pode comprometer a autonomia dos legisladores. Eu recomendo uma visita ao sitio www.interlegis.gov.br, vale a pena conhecer esta proposta.
O dia hoje foi muito corrido, mas a correria se deu a pé. Ficamos indo e vindo dentro do Congresso até por volta das 17 h. No Congresso as atividades se iniciaram pelo Senado. Tivemos uma audiência com o senador Renato Casagrande, presidente da Comissão de Meio Ambiente do Senado. O Sr. Casagrande discursou sobre as leis ambientais e o funcionamento do senado e das comissões, em particular a que ele preside. Pela agenda apertada do senador, ele pode ficar conosco apenas pouco mais de 1 hora. Ao encerrar sua fala e abrir para perguntas, surpreendeu o número de perguntas que foram formuladas, o Senador respondeu a todas as questões, o que acabou provocando um atraso na sua agenda. Tenho a gravação e como vocês já sabem, logo mais disponibilizo o link.
Terminada a oitiva por volta de 13:20h, fomos para o restaurante da Câmara, o mesmo que almocei ontem. Parecia outro lugar, estava bem mais sossegado que ontem, pouca gente ali almoçando, lembrei do que um cara disse ontem, que o movimento maior por ali é nas terças, quartas e quinta até a hora do almoço.
Mas o almoço foi rápido pois tínhamos uma convidada da Casa Civil, a senhora Ana Claudia, que nos descreveria quais são as atribuições da Casa Civil. Que descobri, são muitas, veja em https://www.planalto.gov.br/casacivil/site/static/oq.htm.
continua...
Logo em seguida iamos ouvir o secretário Adjunto do Ministério da Cultura, Sr. vidigal, só que por conta de compromisso marcado anteriormente, infelizmente tivemos que dispensar, foi indelicado, mas necessário.
O compromisso era uma visita monitorada pelo Congresso. Esquecemos o nome da senhora que conduziu o passeio, o que masi chamou a atenção nesta viagem, foi o entusiasmo e a facilidade em sair das provocações desta senhora. Ouvimos histórias interessantes, e recomendo que caso visite Brasília, faça esta visita monitorada. Entre outras coisas, foi dito que não existe nenhum significado no desenho do Congresso, as bacias viradas para cima e para baixo, as torres pararelas, etc, não querem dizer absolutamente nada, isto de acordo com o próprio criador, Oscar Niemeyer. Foi dito também que não existem passagens secretas que leva a Machu Picchu [?]. Entramos no plenário e a situação lá dentro é igualzinho ao que aparece nos jornais, vazio, talvez houvesse ali uns 3 senadores, um discursando e os outros falando ao celular, o Senador Genuíno, que momentos antes no Salão Verde foi vitima da tietagem por partes dos alunos da EACH, pediu aparte para informar que nos encontravamos lá nas galerias, mas foi só isto, entrou apenas para anunciar nossa presença.
As histórias sobre os ritus, simbolos, regras, funcionamento daria uma crônica enorme, porém falta paciência para alongar no assunto. De concreto fica minha admiração pela senhora, que infelizmente esqueci o nome, que conduziu a visita e pela sua paixão pelo que faz, acredito que se todos os funcionários públicos metade do empenho, este seria outro país.
Pergunto ao Caio, aqui ao lado o que fizessemos depois. Saimos apressados do Congresso, o Prof. Nerlling se despediu, pois tinha compromissos agendados hoje de manhã. Fomo ao MDS, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome, uma coisa incrível daqui da Cidade Constitucional é a enorme quantidade de siglas, talvez tenha uma dicionário de siglas à venda por ai. No MDS, fomos recebidos por Fernando Kleiman, EPPCG [eu não sei o significa isto e ao que parece nem o google], a explanação foi bem informal, girou em torno do desenvolvimento de sua carreira e o processo para chegar ao cargo de EPPCG, falou também sobre funcionalismo público e concursos. Achei muito interessante, pois contou-nos um pouco do processo para se atingir o cargo público. Tenho a entrevista gravada, em breve disponibilizo o link.
Terminamos por volta de 18:15h e ainda tinha mais uma palestra com o Sr Mauricio, acho eu, se estiver enganado comente... Antes tivemos uma assembleia no meio da calçada sobre o que fazer. Os motorista estavam nos esperando desde as 16:30h e parte da galera já estava muito cansada. Vocês já sabem como são as dicussões dos GPPs, quase levamos mais tempo deliberando sobre o que fazer do que a duração propriamente dita da palestra....
O Sr. Mauricio tem cargo no Ministério do Trabalho e sua especialidade é a Economia Solidária, simplificando muito é cooperativas que administram um negócio qualquer, desde fábricas falidas que passaram para as mãos de trabalhadores até associações de artesões. Chamou minha atenção o discurso altamente ideologizado, esquerdista e socialista e sua defesa do MST [Movimento dos sem terras]. Foi bom ouvir alguém que defende tais idéias e que possui uma argumentação conexa.
Apesar da falta de programação de hoje e ser totalmente livre, estou sendo pressionado a sair logo para irmos até a Torre de TV...
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Tempos
depois...
Escrevo
hoje, outubro de 2011, para finalizar este relatório com o que fiz
no quinto dia. Como não ia voltar com o ônibus da USP, sobrou um
dia inteiro para que eu pudesse aproveitar como bem entendesse.
De
manhã fui até um Centro Cultural Renato Russo, pensando em
encontrar uma exposição sobre a Legião Urbana e o rock de
Brasília. Decepção total, chegando lá não tinha nada,
absolutamente nada que lembrava o rock nacional, funcionários
disseram que apenas o nome fazia referencia e que era comum turistas
se decepcionarem.
Resolvi
então ir para a periferia de Brasília, já que no primeiro dia
conheci o luxo, ao visitar um amigo na Região dos Lagos. Peguei o
Metro e fui conhecer as regiões citadas nas letras de Renato Russo.
A diferença é gritante, Brasília com sua avenidas largas e
arborizadas é deixada para trás conforme avança as estações.
Surge então umas cidades barrentas, com casas térreas sem
acabamentos em avenidas descuidadas e canteiros centrais cheios de
lixo e terra, mostrando o descaso das autoridades pela população
que ocupam as cidades satélites.
Nada diferente do que observamos nas grandes metrópoles brasileiras, com seus bairros nobres bem cuidados e a população periféricas desassistidas.
Um comentário:
Fernando Kleinman é EPPGG - Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental. EPPGG é uma carreira estratégica do Ministério do Planejamento criada para reforçar a capacidade de formulação e implementação de políticas públicas.
Os EPPGGs são popularmente conhecidos como "gestores" na Esplanada. Embora seja um cargo do MPOG, o exercício da carreira se dá nos ministérios setoriais, e nas autarquias, como forma de fortalecer a gestão.
Recomendo leitura:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gestores_Governamentais
http://www.anesp.org.br/?q=node/2310
http://www.sobreconcursos.com.br/entrevista-com-um-eppgg.html
http://www.enap.gov.br/index.php?Itemid=158&id=832&option=com_content&task=view
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