segunda-feira, 2 de maio de 2011

Resposta do Coordenador Prof. Coelho sobre a proposta do curso de Adm na EACH.

Prezados(as) Colegas, RDs e Alunos,

Escrevo (abaixo) para esclarecê-los sobre a reportagem publicada no Estadão - on-line e jornal - nesta segunda-feira (encaminhada pelo nosso aluno Leandro Ferreira), a qual afirma que a Reitoria da USP solicita a abertura de um curso de graduação em Administração Pública à FEA-USP - cuja oferta pode ser em nosso campus.

Peço a todos que mantenham a serenidade, sem a necessidade de grandes alardes. Manteremos a todos informados sobre os fatos e, certamente, discutiremos esse assunto em profunidade em nossa reunião da COC de maio.

Boa semana!

Fernando Coelho

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1. Sobre o conhecimento dos fatos.

Desde meados de março cogita-se a abertura de cursos de algumas unidades da USP Butantã em nosso campus. Na última congregação (realizada em meados de abril) a Diretoria da EACH informou aos membros que a POLI-USP realiza um estudo para a abertura e/ou transferências de algum(s) curso(s) na Zona Leste.

Sobre a proposta de criação de um curso de Adm. Pública pela FEA-USP, a ser ofertado na Zona Leste, até meados da semana passada, era algo desconhecido ou ainda não divulgado (amplamente). Na quinta-feira (28/04), a aluna de GPP Mayara Patrão - representante do DCE - conversou comigo no intervalo da aula pergutando-me sobre tal proposta. Como eu desconhecia até então a proposta (que segunda ela foi discutida na última reunião da CG da FEA), respondi para ela que a criação de tal curso em nosso campus (ou unidade) não fazia nenhum sentido, seja pela equivalência/proximidade dos cursos de GPP e AP, seja pelas definições do estatuto da universidade (explico-me abaixo).

Na sexta-feira (29/04), um repórter do Estadão entrou o contato com o Prof. José Renato, indagando-o sobre um (possível) ofício da reitoria para a FEA-USP solicitando a criação de tal curso. Igualmente, o Prof. José Renato, após uma longa conversa com o jornalista que resultou na reportagem, disse que desconhecia a proposta e que a mesma era inviável pela similaridade dos cursos. Vejam a reportagem (em anexo).

Ainda na sexta-feira a noite, o Prof. José Renato e eu conversamos longamente sobre o assunto. Na ocasião, eu disse a ele sobre a informação que eu havia recebido da aluna Mayara Patrão, mas até então, com poucas informações sobre o assunto, tanto ele como eu achavámos que era alguma especulação dos jornalistas em relação (ainda) ao episódio de avaliação dos cursos da EACH que resultou no Relatório Melphi. No final da noite, o Prof. José Renato escreveu um e-mail para a diretoria e para a presidência da CG indagando-os sobre as informações repassadas pelo jornalista do Estadão.

Hoje (02/05), a matéria foi publicada no Estadão - on-line e jornal, trazendo informações adicionais da Assessoria de Imprensa da Reitoria e da diretoria da FEA. De acordo com a reportagem, existe SIM um estudo solicitado à FEA-USP para a implantação de uma graduação em AP, sendo o nosso campus apontado como o lugar para tal instalação.

Na meio desta manhã, recebi uma ligação do Diretor da EACH-USP para agendar uma reunião sobre tal asssunto/proposta. A reunião foi agendada para essa semana e, de imediato, adiantei para ele que eu - particularmente - sou contra a essa proposta de criação de um curso de AP em nossa unidade/campus. O diretor - Prof. Boueri - se  comprometeu em agendar uma reunião com o Diretor da FEA para uma melhor discussão/entendimento da proposta.

Ainda recebemos (eu e o Prof. José Renato) a resposta do e-mail da presidente da CG, dizendo que desconhecia tal proposta e que a mesma nunca foi mencionado no COG - Conselho de Graduação da USP.

2. Minha posição sobre a proposta

Abaixo, brevemente, explico minha posição contrária a tal proposta. Não conheço ainda a posição dos demais colegas (conheço apenas a do Prof. José Renato que, como eu, acham a proposta inviável e descabida). Por isso, essa é a minha posição como docente de GPP e não da coordenação.

- NÃO sou contrário a abertura de um curso de AP pela FEA-USP. A FEA-USP já teve em sua história um curso de graduação em AP entre 1965 e 1974, ano em que os cursos, antes distintos, se uniram e a especificidade em AP daquela escola se enfraqueceu. Na verdade, o que aconteceu na FEA (junão do ensino de AE e AP, ou incorporação deste por aquele) é o que aconteceu em quase todo o país nos anos 70/80. Assim, o ensino de Administração no Brasil - pós-70 - tornou-se sinônimo de Administração de Empresas. A FEA pode abrir esse curso nos campus do interior ou, se o estatuto da USP permitir, no seu próprio campus (prédio) na cidade universitária.

- SOU contrário a abertura de tal curso em nossa unidade (ou campus) - ainda não sei se somos unidade ou campus! - visto a similaridade entre os cursos. Não faz nenhum sentido termos os dois cursos - muito próximos em termos de abordagem - no mesmo local. Isso vai contra o princípio da universidade de racionalizar a oferta de vagas e bem aplicar os recursos públicos.

- Salvo engano, pelo estatuto da universidade, não é permitido que no mesmo município sejam ofertados os mesmos cursos de graduação, embora em unidades ou campus distintos. Assim sendo, pelo entendimento tradicional das autoridades educacionais, Administração e Administração Pública são cursos equivalentes, visto que são as duas nomenclaturas possíveis para as graduações em Administração (desde 2005). Pelo novo entedimento - referente à aprovação das Diretrizes Curriculares dos Cursos de Públicas no CNE em 2010 -, Administração Pública é equivalente a Gestão de Políticas Públicas, Políticas Públicas, Gestão Pública e Gestão Social, sendo essas as nomenclaturas facultadas para o ensino de graduação em AP e correlatos no país. Essas DCNs estão sobre a mesa do ministro de Educação, faltando tão-somente a sua assinatura para publicação.





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Da Professora Gislene:


 Prezad@s,



Do meu ponto de vista, a primeira pergunta que deveríamos fazer é por quê? 



Por que o reitor fez as propostas que fez à Poli e à FEA?

Eu penso, no caso da proposta de AP, haja uma hipótese que se faz presente em dois cenários. No cenário 1 que considera que a reitoria, bem informada do que seja o curso de GPP, escolheu oferecer um outro curso que iria contemplar parte dos conteúdos já presentes em nossa grade. No cenário 2 que a reitoria simplesmente nem sabe o que é GPP e simplesmente foi em busca de duas grifes USP que tem boa aceitação no mercado e os convidou para trazer seu prestígio para a USP Leste.



Para mim a hipótese é que a reitoria está agindo a partir daquilo que a psicologia denominada pensamento mágico. Segundo esse raciocínio, a mera vontade da reitoria, sem conhecer de fato (e não querer conhecer de fato), as causas dos problemas que enfrentamos na EACH, escolheu o caminho aparentemente mais fácil (também sem estudar as consequências dessa escolha). Algo como: “Vamos incluir algumas grifes na Zona leste é o problema estaria resolvido. Automaticamente a EACH ganharia prestígio, alunos e deixaria de ser um problema”. E, como disse o Zé Renato, seria uma excelente média com o PSDB. Nem de longe este tema diz respeito somente a essa gestão. E não falo isso do lugar de outro partido, mas falo do lugar de quem sabe que é preciso considerar a política do governo, nos últimos anos, para as universidades do Estado e o que isso significa e como querem nos usar para suas finalidades políticas presentes e futuras. Não se escolhe um reitor a partir do nada.



Como sabemos que nenhum estudo sério foi feito para avaliar coisa alguma, eu penso que devamos sair da posição reativa e mostrar a razão de ser de um curso de GPP na USP. Devemos propor uma avaliação de verdade desta política pública implementada na Zona Leste e propor que qualquer ação só pode ser tomadas a partir de avaliações maduras e bem conduzidas. E, para isso, devemos propor que a reitoria pague o que for necessário para que essa avaliação, que seria coordenada pelos docentes de GPP, seja feita. É muito
provável que a resposta seja não. Mas, sair da posição reativa significa cinco coisas:



1- ir à imprensa que tanto tem trabalhado para “divulgar” nossa Escola e dizer que o curso de GPP está pronto para oferecer seus profissionais para preparar uma avaliação séria e criteriosa tanto dos passos tomados desde
antes de 2005 para a implementação de nossa Escola até o momento presente e deseja que a reitoria invista nessa investigação.

2- contar com o apoio dos deputados que já estão dedicados a pensar o assunto.

3- informar a opinião pública que (como eu sei que já foi tentado) a única avaliação feita (desde antes de 2005) foi essa intitulada “relatório de avaliação de cursos” que não seguiu critérios acadêmicos defensáveis dentro da Universidade de São Paulo.

4- mostrar à reitoria e à opinião pública que, se a reitoria deseja implementar novas políticas de extensão de vagas (fechamento de vagas), criação de cursos na Zona Leste, nos cabe, como docentes que entendem do assunto políticas públicas perguntar à reitoria: a partir de quais critérios, informações, dados, pesquisas, investigações se avaliou que essa seria  a melhor saída. Pedir para que mostre os dados e indique (como
sempre cobram de nós) quais os parâmetros foram seguidos para essas investigações e proposições. Certamente não seriam projetos aprovados pela FAPESP!!! Piadinha.

5- sobretudo fazer tudo sem manifestar que estamos contra-atacando. Ao contrário, eu penso que devamos agir como profissionais que somos e fazer um parecer resumido do que tem ocorrido nos últimos meses, a partir do tal relatório  e sugerir que é preciso fazer uma avaliação séria antes de dar qualquer outro passo nutrido pelo pensamento mágico que tem reinado soberano na USP, no que fiz respeito à EACH.



Ninguém está mais qualificado para avaliar políticas públicas e propor encaminhamentos do que aqueles que se dedicam a investigar e a lecionar em GPP, sobretudo porque, aqui na EACH, poderemos oferecer a perspectiva
multidisciplinar que é a marca da Escola fazendo investigações que contemplarão múltiplos aspectos, simultaneamente.



É preciso que imprensa, opinião pública e reitoria saibam que somos capazes de fazer isso e que nos oferecemos para fazer isso. Se não foi para isso que o curso de GPP foi criado (vai saber se sabiam o que estavam fazendo quando propuseram a  criação da EACH-USP Leste), ao menos agora temos que mostrar
que nós sabemos o que estamos fazendo e o que queremos. Dizer que o que não estamos endossando são ações pautadas pelo pensamento mágico. Não tem nada a ver com disputa entre cursos ou reserva de mercado ou corporativismo de qualquer espécie. Trata-se de ter cuidado com o uso do dinheiro público para evitar mais ações impensadas que, no lugar de resolverem problemas, criam outros.



Eu sugeriria um tom como esse em qualquer conversa futura. Temos sido muito bonzinhos e nada arrogantes como se costuma ser na USP quando se quer ser ouvido. Acho que agora é o tempo de subir o tom, mas com qualidade e estofo acadêmicos. Subir o tom sem gritaria, mas com a competência que os docentes de GPP têm de sobra. Se não formos nós, de um curso cuja missão é essa, formar gestores capazes de lidar com situações (entre outras) como essas pela qual estamos passando, quem não USP será capaz? Esse é o momento de
mostrar para que viemos e realmente subir o tom!!!



Saudações.



Gislene.



































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A Direção da EACH comunica: EACH NÃO É USPLESTE.



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