segunda-feira, 2 de maio de 2011

Reitor pede curso de Administração Pública à FEA-USP - Poli também estuda levar cursos para a USP Leste

A pedido do reitor da Universidade de São Paulo, João Grandino Rodas, a Faculdade de Administração, Economia e Contabilidade (FEA) está discutindo a proposta de criação de um curso de Administração Pública a ser oferecido na USP Leste, onde já existe uma graduação em Gestão de Políticas Públicas (GPP). A encomenda causou surpresa entre professores da FEA e irritação na Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), unidade responsável pelo bacharelado em Gestão.
Sergio Castro/AE
Sergio Castro/AE
Unidade da USP na zona leste da capital, onde funciona o curso de Gestão de Políticas Públicas
Ex-coordenador do curso de GPP, José Renato de Campos Araújo foi informado do pedido da reitoria pela reportagem do Estado. O professor diz que "não faria o menor sentido" ter uma graduação em Administração Pública na USP Leste. "Não tem público para dois cursos com proposta semelhante. Além disso, na FEA há poucos especialistas em setores altamente regulamentados pelo Estado."
Na FEA, correm rumores de que o curso de Administração Pública substituiria o de GPP. Mas, segundo Araújo, "todas as avaliações externas e internas dizem que a graduação em Gestão funciona bem". Em março, foi divulgado um relatório de docentes da USP que propunha o corte de 330 vagas na USP Leste - 20 do bacharelado em GPP. A diretoria da EACH, porém, decidiu manter todas as vagas e anunciou a intenção de aumentá-las.
Procurado desde a noite de sexta-feira, o reitor não respondeu aos questionamentos da reportagem até a noite de ontem. Em nota, a assessoria de imprensa da universidade informou que cada unidade da USP "goza de autonomia relativa, cabendo a ela a iniciativa de criar, reestruturar ou fechar cursos". "Não é a reitoria que propõe a criação de novos cursos e, nesse caso específico, é a própria EACH que deve responder sobre o tema", diz o texto.
'Impacto positivo'. De acordo com o diretor da FEA, Reinaldo Guerreiro, o reitor sugeriu à unidade a criação de um curso para a USP Leste há cerca de um mês. No dia 12 de abril, Guerreiro encaminhou ofício à Comissão de Graduação da FEA em que solicita a elaboração da proposta do bacharelado em Administração Pública, contendo informações como currículo, duração e número de vagas oferecidas no vestibular da Fuvest.
O pedido entrou na pauta da reunião da comissão na última segunda-feira. Segundo o Estado apurou, os professores da FEA ficaram surpresos com a sugestão e cogitaram pedir à reitoria que enviasse um ofício para constar oficialmente que a ordem veio de cima. No encontro, foi decidida a criação de um comitê formado por representantes dos departamentos da faculdade para estudar a questão.
O diretor da FEA defende a criação do novo bacharelado. "Socialmente, o impacto é muito positivo. A administração pública está um passo atrás das empresas em termos de capacitação de gestores." Guerreiro, no entanto, não sabe a quem o curso ficaria ligado. "Ele pode ser da EACH ou uma graduação oferecida pela FEA na zona leste. Depende da reitoria."
'Tiro no pé'. O professor José Renato Araújo, que deixou a coordenação do curso de GPP há um mês, conta que já houve tentativas de mudar o nome do bacharelado para Administração Pública. "Quando o curso foi criado, em 2005, éramos o único no País com esse nome. A proposta era ter algo novo, uma interface entre a administração pública e as ciências sociais", explica.
Para Araújo, a maioria dos cursos de Administração Pública do País é "muito ruim". "Eles simplesmente transpõem princípios da administração de empresas ao setor público." O professor afirma que existem hoje no Brasil 32 bacharelados nos mesmos moldes do da USP - em São Paulo, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Federal do ABC (UFABC) também formam alunos em Políticas Públicas.
O ex-coordenador diz que a USP daria "um tiro no pé" se criasse um curso de Administração Pública na USP Leste. "Não há motivos para isso. O setor público, de maneira geral, é muito mal visto pela sociedade. Dificilmente um aluno de 18 anos sonha em ser burocrata do Estado." No último vestibular, a graduação em GPP teve concorrência de 4,58 candidatos por vaga. Na FEA, essa relação foi de 11,57 para os quatro cursos (Administração, Economia, Ciências Contábeis e Atuária).
Guerreiro, diretor da FEA, diz que o ritual para montar um curso é "longo" e que, por isso, não seria possível oferecer a nova graduação já no próximo vestibular da Fuvest, cuja 1.ª fase está marcada para 27 de novembro. Depois da Comissão de Graduação, a proposta deve ser encaminhada à Congregação, órgão máximo da unidade, para depois seguir para o Conselho de Graduação da USP. A decisão final cabe ao Conselho Universitário, instância superior da universidade.

Fonte: Estadão


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Poli e FEA estudam levar cursos para a USP Leste





A Escola Politécnica (Poli) está discutindo a possibilidade de criar um curso na área de Engenharia a ser oferecido na USP Leste. Na edição desta segunda-feira, 2, o jornal O Estado de S. Paulo adiantou que a Faculdade de Administração, Economia e Contabilidade (FEA), a pedido do reitor João Grandino Rodas, também está elaborando uma graduação em Administração Pública para o câmpus da zona leste da capital.
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Na USP Leste já existe um curso em Gestão de Políticas Públicas (GPP), de responsabilidade da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH). A possibilidade de ser implantado um curso de Administração Pública no mesmo câmpus causou surpresa ao professor de GPP José Renato de Campos Araújo. "Não faria sentido ter dois cursos com propostas semelhantes." Na FEA, correm rumores de que a graduação em GPP seria substituída pela de Administração Pública.
Na manhã de hoje, a direção da EACH enviou comunicado aos professores em que fala da possível instalação de cursos da Poli e da FEA na USP Leste. "A EACH está localizada no câmpus denominado USP Leste, uma extensão do câmpus Butantã, que pode abrigar mais unidades de ensino da USP", explica a nota. "Esses novos cursos, caso venham a ser instalados, não estarão sob a coordenação pedagógica e administrativa desta direção."
No texto, a direção diz acreditar que a USP "reconhece de fato" a importância do câmpus da zona leste com a proposta de criação de "cursos tradicionais" e o "consequente aumento de vagas".

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