domingo, 22 de novembro de 2009

Sustentabilidade, Tec. e Políticas Públicas - Prof. Cabral

Resenha: Educação ambiental e políticas socioambientais.


Ildeu Basilio Pereira – 6409591


Vivemos um momento de descobertas de novos paradigmas na questão do meio ambiente. Questão que ganha destaque principalmente a partir dos anos 90, e em particular com a Eco 92 do Rio de janeiro, quando houve um surto de informações sobre a situação da Terra. Poluição e biodiversidade viraram assuntos corriqueiros nos currículos escolares e em campanhas de conscientização para o público em geral, porém lá se vão 20 anos de e intensa campanhas e ainda vemos que os países estão batendo cabeça sobre estas questões que envolvem o meio ambiente, protocolo de Kioto é o exemplo mais gritante deste fracasso na coalizão dos países em torno deste tema. Algumas perguntas são necessárias: Que tipo de valores está sendo transmitidos? Quais as falhas nas campanhas e na educação ambiental? Como ir adiante neste debate, partindo de fato para as ações?

Cursos têm surgidos, aqui mesmo na EACH tem o curso de Gestão Ambiental, logo é importante que possamos entender como estes cursos estão traçando as novas relações entre a educação ambiental e a sustentabilidade. O que presenciamos hoje são campanhas midiáticas maravilhosas, com ONGs de relevante credibilidade apoiando e investindo pesado em ações espetaculosas. A pergunta é como isto tem sensibilizado as pessoas. A natureza seria mais bem preservada se o foco deixasse de serem os “golfinhos” e passasse a focalizar o cotidiano das pessoas.

Gadotti fala da eco educação que teria como essência ética a focalização na cidadania e na democracia, numa relação horizontal ao tratar igualmente o educando e o educador. Gadotti amplia o conceito de educação indo além da “heteroformação”, trazendo a idéia da “autoformação” e da “ecoformação”, lembra Gadotti que das três, a ecoformação talvez seja a mais difícil etapa de implantação, pois se trata do meio ambiente. “...a preservação do meio ambiente depende de uma consciência ecológica e a formação da consciência depende da educação” (Gadotti; 2000:79).

A educação ambiental deve ajudar na formação da consciência ecológica, pois caso contrário, será apenas mais uma das matérias obrigatórias dos currículos escolares. Precisamos desenvolver a conscientização por meio da educação formal, mas não apenas por meio desta.

Aos educadores e stakeholders fica a difícil tarefa entre balancear o uso dos recursos midiáticos espetaculares, que no final só produzem repúdio e rotulam os ecologistas como ecochatos e ecoterroristas, e avançar na metodologia da educação ambiental para a formação de uma consciência ecologica de fato.


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Leonardo Spicacci Campos

Sustentabilidade, Tecnologia e Políticas Públicas

Prof.Dr. Manoel Cabral de Castro



Resenha

Contribuições da educação ambiental para as políticas socioambientais



O destaque recebido pelos grandes problemas ambientais globais nos meios de comunicação, principalmente a partir dos anos 90, tornou centrais no debate público os temas relacionados às questões ambientais. Na área da educação, isso se manifestou de forma clara, com a inclusão da educação ambiental como eixo transversal ou mesmo como disciplina no ensino básico. Multiplicaram-se também os programas de conscientização ambiental oferecidos por empresas a seus funcionários e, junto a entidades do Terceiro Setor, à sociedade civil em geral. Diante dessa situação de claro crescimento, ficam algumas perguntas: que tipo de concepção e valores estão sendo transmitidos nesse tipo de programa? Quais são suas principais falhas? E por fim: é possível dar um passo adiante?

É importante compreender, primeiramente, que as concepções de educação ambiental estão intimamente relacionadas às de sustentabilidade. E assim como este termo foi, desde sua origem, cada vez mais apropriado e adaptado à lógica do sistema, a educação ambiental foi se tornando um conceito mais estreito, sendo hoje entendida, na maior parte dos casos, basicamente como campanhas ou conteúdos escolares isolados, com pouca ou nenhuma integração com a realidade vivida pelo estudante ou cidadão de forma geral. Encara-se o desenvolvimento sustentável como a simples adoção de medidas pontuais na tentativa de reverter os danos causados pelo modelo econômico, sem considerar mudanças mais amplas em todo o sistema e nos detalhes mais elementares da vida cotidiana do cidadão.

Essa falta de integração com as questões globais de forma mais geral é a grande crítica de Moacir Gadotti a Hutchison e sua “educação ecológica” que, segundo ele, não contemplaria as questões de justiça social, apesar de apresentar ideias inovadoras e fundamentais para a “pedagogia da Terra”, como o biocentrismo e a importância central do componente ecológico na educação. Para Gadotti, porém, é necessário ir mais além, à ecoeducação, que teria como essência a ética, tendo a cidadania e a democracia como componentes principais. O grande diferencial da concepção de ecoeducação é a relação de organicidade que ela traz: o educando, e também o educador, já que se pressupõe uma relação horizontal entre ambos, veem-se como partes integrantes do tempo e do espaço onde o processo educativo ocorre (Gadotti, 2000:80). Trata-se de ampliar a concepção de educação para além da heteroformação (centrada na espécie), para abranger também a autoformação (centrada no interior do indivíduo) e a ecoformação (voltada para o meio ambiente, a etapa mais difícil e distante das três).

Não se trata, aqui, de negar a educação ambiental, mas sim de enxergá-la como um componente essencial de uma nova concepção de educação, orgânica, integrada e voltada para a conquista de um novo modelo de desenvolvimento para a humanidade no século XXI. A centralidade da educação nesse processo parece já ter se tornado um consenso: “... a preservação do meio ambiente depende uma consciência ecológica e a formação da consciência depende da educação” (Gadotti, 2000:79). No entanto, para que essa mudança seja efetiva, é necessário que seja vivida; se não, torna-se algo não só sem sentido, como também hipócrita. E, claro, esse processo não pode ficar restrito ao ambiente escolar, mas deve inserir-se como uma nova filosofia nas relações humanas dentro das diversas instituições sociais. É somente desse modo que a ecoeducação pode se tornar uma poderosa ferramenta para a sustentação das sociedades humanas no planeta.


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