Nos últimos tempos a revista Exame tem publicado reportagens bem interessantes sobre a gestão pública. Trago mais uma sobre Alan Zaborski, que já retardou quase 400 licitações públicas em São Paulo. Ele atua em cima de uma lei absurda sobre licitações. Tal lei , de 1993, apresenta 126 artigos e mostra o absurdo que é nosso sistema de licitações: complexo, burocrático e incapaz de evitar desvios.
O embargador geral
Alan Zaborski, um paulistano de 36 anos, descendente de poloneses e lituanos, costumava ser um especialista em síntese de fármacos. Formado em química, há três anos abandonou o estudo das moléculas para se dedicar a uma área que, embora igualmente complexa, nada tem a ver com sua especialização: as entrelinhas de editais de licitação. Em pouco tempo, Zaborski, com sua estampa de nerd e mais de 2 metros de altura, virou um per so na gem conhecido - e temido - na administração pública do estado de São Paulo. Seu nome passou a aparecer sistematicamente nos pedidos de exame prévio de editais - etapa que precede a abertura dos envelopes com as propostas dos concorrentes. Ninguém o supera em número de embargos de licitações em órgãos estatais paulistas: desde 2007, so ma quase 400 pedidos de análise. Daí seu apelido nos corredores do governo: o embargador geral. Zaborski questiona todo tipo de licitação - desde a compra de combustível para carros da Secretaria de Saúde até a contratação de serviços de arqueólogos para pesquisas nas escavações do metrô. "Ele tentou parar a maioria das licitações que fizemos em 2009", diz José Luiz Portella, secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo. "É um transtorno, pois, se a licitação atrasa, a conclusão da obra também é postergada."
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