quinta-feira, 27 de maio de 2010

Resenha - MOPs pela Saúde - SUS.

Resenha:
A formulação da nova politica de saúde no Brasil em tempos de democratização: entre uma conduta estatista e uma concepção societal de atuação politica.

AA: Ana Maria Doimo e Marta M. Assumpção Rodrigues.



Renato Russo já cantava:


"É sangue mesmo, não é mertiolate"
E todos querem ver
E comentar a novidade.
"É tão emocionante um acidente de verdade"
Estão todos satisfeitos
Com o sucesso do desastre:
Vai passar na televisão
"Por gentileza, aguarde um momento.
Sem carteirinha não tem atendimento -
Carteira de trabalho assinada, sim senhor.
Olha o tumulto: façam fila por favor.
Todos com a documentação.
Quem não tem senha não tem lugar marcado.
Eu sinto muito mas já passa do horário.
Entendo seu problema mas não posso resolver:
É contra o regulamento, está bem aqui, pode ver.
Ordens são ordens.
Metrópole - Composição: Renato Russo - Legião Urbana


A criação do SUS teve o envolvimento de vários grupos da sociedade brasileira. Mesmo numa época de pouca liberdade de organização, afinal vivíamos num regime de ditadura militar, as pessoas manifestaram seu desejo de ter direito a serviços de saúde. Como citado no texto “A formulação da nova politica de saúde no Brasil em tempos de democratização: entre uma conduta estatista e uma concepção societal de atuação politica” , MOPS envolveu diversos atores, leigos, movimentos sociais e religiosos que reivindicavam o dever do Estado em promover a saúde como um direito do cidadão.

A participação da igreja católica, por meios dos conselhos eclesiais de base (CEBs) foi fundamental para a criação de um rede que capilarizou o movimento em todas as regiões do Brasil. Simultaneamente ao MOPs cresceu o Movimento Sanitarista, com a atuação de profissionais da saúde e especialistas que refutavam as ações curativas da saúde. Na visão deste grupo, a medicina deveria atuar de forma preventiva incluindo as melhorias no saneamento básico da população. A importância deste grupo na luta pela universalização da saúde deve-se ao fato de muitos estarem atuando no governo como técnicos do Ministério da Saúde, detentores da burocracia, foram elos importantes de coordenação entre as várias ações no campo da saúde.

Foi do MOPs que linhas gerais da construção do SUS foram traçadas, tais como a definição que o financiamento da saúde será feito pelo Estado em seus três níveis, federal, estadual e municipal e a participação da sociedade por meio de conselhos em cada um dos níveis citados.

O movimento social pela saúde foi exitoso, pois foi constituído tanto pela organização de ações locais em várias regiões, quanto pela atuação de atores de dentro do próprio Estado. Porém, hoje observa-se uma dificuldade em manter a mobilização pela melhoria da saúde pública. O instrumento imaginado para garantir o debate, mostrou se ineficaz, os conselhos de saúde, em sua maioria cooptados pelo executivo, não tem capacitação técnica para atuar de forma independente.

Apesar disto, ainda surgem propostas interessantes, como o PSF – Programa Saúde da Família – com o objetivo de requerer “prestação de Saúde com uma equipe multiprofissional que valorize a participação do agente local e a Saúde Comunitária”

Ainda existe muito por se fazer na Saúde Pública. Já saimos do estado em que cidadãos eram divididos em “com carteira de trabalho” e “sem carteira de trabalho”, o que precisamos agora é reativar a mobilização pela melhora na Saúde pública, formentar a qualidade e humanização no tratamento dos nossos doentes.


Ildeu Basilio Pereira - 6409591

Nenhum comentário:

Ainda há esperança. Que venham os futuros líderes deste país...

Jovens querem ser políticos

USP LESTE - EACH

Vídeo institucional da EACH parte 1.

Vídeo institucional da EACH parte 2.

Opiniões sobre o ciclo básico da EACH. 1

Opiniões sobre o ciclo básico da EACH. 2